Reflexão de fim-de-semana
Ser ou não ser notícia, eis a questão...
Há notícias que nunca o deveriam ser, como também há a contecimentos que, não tendo sido notícia o mereciam, de facto, ser.
Este fim-de-semana ficou marcado, em Ponte de Lima, pela realização de uma prova de canoagem (felizmente habituais) e por uma exibição de paramotor, um parapente a motor. Esta última é uma actividade invulgar por estas paragens e suscitou uma grande curiosidade por parte de todos aqueles que, sem o saberem previamente, se depararam com aquela exibição de coloriu os ares de Ponte de Lima. Claramente, esta actividade deveria ter sido notícia em Ponte de Lima e devidamente promovida na região, pois era uma boa oportunidade para chamar mais gente a estas paragens, e dar a possibilidade a todos que o desejassem, de a poderem presenciar. O que é um facto, é que a informação não foi veículada. Algo falhou.
Noutro quadrante, um tanto ou quanto inesperadamente, a jornalista do Alto Minho, Paula Velho veio a terreiro explicar as razões da publicação de três entrevistas praticamente consecutivas a três elementos do executivo camarário de Ponte de Lima, todos representando o mesmo partido, embora a última das quais, ao Vereador Gaspar Martins, tenha incidido apenas nas eleições para a liderança do PP.
Não havia necessidade de tanta explicação pois nunca seria, como o não foi, fácil de entender o critério. O que não era de esperar, era que a explicação viesse da autora da entrevista e não do director do jornal.
À frente. O que está em causa, além do facto já referido, é que o entrevistado não pinta nada na estrutura local do PP: não é presidente de concelhia nem de distrital, não é membro de nenhum órgão nacional, não era o lider do movimento de apoio a Ribeiro e Castro (mas sim Campelo), não era o principal apoiante no distrito e no concelho de Paulo Portas (mas sim Abel Baptista), apenas é um pretenso futuro candidato à concelhia de Ponte de Lima, actualmente presidida por José Pires da Silva, também Vereador do município limiano que, até à data, estranhamente não foi entrevistado. O homem não é nada, a não ser, como é publicamente reconhecido, um grande cacique. Estranho critério, não?
O que não podemos utilizar para manifestar toda esta nossa tristeza é o "direito de resposta", que a jornalista disse ser o melhor meio para manifestar a discordância relativamente ao jornal, porque, pura e simplesmente, à luz da Lei de Imprensa "tem direito de resposta nas publicações periódicas qualquer pessoa singular ou colectiva, organização, serviço ou organismo público, bem como o titular de qualquer órgão ou responsável por estabelecimento público, que tiver sido objecto de referências, ainda que indirectas, que possam afectar a sua reputação e boa fama".
Parece que, neste caso, apenas o Dr. Paulo Portas pode exercer esse direito.