sábado, abril 21, 2007

Reflexão de fim-de-semana

Quando a figura é o cacique...

Quando redigimos este texto ainda não tinha arrancado a votação da qual sairá o próximo líder do Partido Popular, um acto eleitoral que também passará por Ponte de Lima, como passou também a campanha dos dois candidatos, sobretudo através dos seus mais conhecidos apoiantes locais: o deputado Abel Baptista, por Paulo Portas e Daniel Campelo, por Ribeiro e Castro.
De uma forma mais vincada que nunca, ficaram bem patentes as divisões existentes na família popular limiana, assim como a colossal diferença de meios de combate: de um lado a poderosa máquina municipal, com presidente e vereadores, concelhia e presidentes de junta no terreno e, do outro lado, o deputado Abel Baptista, presidente da distrital do partido, a repartir as suas forças entre Ponte de Lima e os restantes concelhos do distrito.
Sem nunca entrarem em confronto verbal ou escrito, as duas tendências delimitaram claramente os seus campos e expuseram as suas diferenças: um partido mais tradicionalista e revivalista com Ribeiro e Castro, um partido mais popular, futurista e ao centro com Paulo Portas.
Mas o aspecto que mais prendeu a nossa atenção e suscitou esta intervenção, foi o facto de, no jornal Alto Minho de 6ª feira, 20 de Abril, vir publicada uma entrevista com o Vereador Gaspar Martins que, além de Vereador e militante do PP, nenhum outro cargo relevante desempenha dentro do partido, além de ser o imprescindível arrebanhador, vulgo cacique, de votantes para as suas causas. Além de ser a terceira entrevista, praticamente consecutiva com elementos do executivo municipal de Ponte de Lima, publicada num bi-semanário de cariz regional, que cobre todo o Alto Minho, esta apenas se debruçou sobre um tema: a eleição para a presidência do PP, onde sobressaiu o anúncio da pré candidatura de Gaspar Martins à concelhia do partido, com a devida "autorização" do actual presidente.
O critério editorial é muito discutível e, pergunta-se, que interesse público terá o facto de ser ouvido o cacique em detrimento dos verdadeiros protagonistas/antagonistas locais: Abel Baptista e Daniel Campelo?