Reflexão de fim-de-semana
"O MEIO E A MENSAGEM"
A política de comunicação de uma instituição pode ser uma imagem indisfarçável da forma como pensa, age e trabalha essa mesma instituição.
Quando nos insurgimos contra os slogans colocados nas principais entradas da vila, com o lema "Em Ponte de Lima seja limpou ou vá-se embora", fizemo-lo porque a mensagem, além de forte, é ofensiva, exagerada, inapropriada e o seu efeito é precisamente o inverso do desejado.
Foi o que fizeram também outros blogues da nossa praça, como o Trigalfa e o Ponte de Lima, o Vereador do PSD no Município, Manuel Trigueiro, e foi também por isso que o jornal Público, o Jornal de Notícias, a SIC e a RTP fizeram de uma questão aparentemente local, motivo de notícia e reportagem.
Este slogan é ofensivo, em primeiro lugar para os limianos, que não são intolerantes mas que efectivamente gostam da sua terra, de a ver limpa e asseada. Em segundo lugar, é ofensivo para os que visitam Ponte de Lima que, dando de caras com aquela mensagem se sentem naturalmente intimidados. Por último é ofensiva para a própria instituição que a mandou colocar, porque se refugia no anonimato e mesmo em cores que nada tem a ver com o município e os próprios suportes comunicativos municipais, podendo facilmente induzir em erro um visitante ou nativo mais distraído.
O certo é que, comprovadamente, os nativos até gostam da mensagem. Mas que não ficam bem na fotografia, lá isso não ficam!
Para exigir é necessário fazer o trabalho de casa e fazê-lo de uma forma cativante, motivadora e decente.
Em primeiro lugar, ter recipientes de recolha de lixo nos locais mais frequentados e que esses recipientes sejam os mais apropriados para a deposição desse lixo (veja-se os casos da Alameda de S. João, as inapropriadas papeleiras no centro da vila, Passeio 25 de Abril...); Em segundo lugar definir regras claras, aplicá-las e fiscalizá-las. No passado chamamos a atenção para um tipo de turismo que demanda Ponte de Lima aos fins-de-semana e nos meses de Verão, que cuida pouco do ambiente e da salubridade pública. Rapidamente um emissário político se insurgiu na Assembleia Municipal contra essa denúnica, invocando o tradicionalismo dos piqueniques e na rusticidade daquelas imagens. Hoje são essas mesmas pessoas que colocaram na rua o infeliz slogan. O que mudou?
Não é com campanhas baseadas em "sound bites" que se resolve o problema. É com medidas concretas e com condições físicas para recolha do lixo que, mais tarde, se pode e deve exigir mais civismo e cidadania que, como está sobejamente provado, não nasce com o indivíduo, não se impõe, mas ensina-se, sobretudo através do exemplo porque "o exemplo não é a melhor forma de ensinar, é a única!".
A TODOS OS SEUS LEITORES, O "PARAR PARA PENSAR" DESEJA UMA SANTA E FELIZ PÁSCOA