sábado, dezembro 31, 2005

FELIZ 2006
QUE SEJA O ANO DA CONCRETIZAÇÃO DOS VOSSOS ANSEIOS

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Ainda o espírito de Natal...

Um grupo de jovens limianos, da JSD, deram uma parte do seu tempo de férias escolares à solidariedade. Recolheram brinquedos, roupas e alimentos para tornar melhor o Natal dos mais necessitados do concelho de Ponte de Lima. E, na distribuição desses bens, efectuada em conjunto com a Conferência Vicentina, viram com os seus próprios olhos aquilo que passa, despercebido ou é escondido das evidêcnias. pobreza e miséria. É para estes lados que a política se deve virar. É precisamente aá, junto dos mais necessitados, que a política faz sentido. Parabéns.

José Ernesto Costa editou mais um volume da sua obra "Crónicas de um outro tempo". Tal como o primeiro volume, é uma viagem ao passado de Ponte de Lima, através das suas gentes, sobretudo dos limianos anónimos que não eram colunáveis ou que não eram notícia. Mas que fizeram sempre parte do quotidiano de um concelho castiço e único. Reviver ou conhecer uma componente essencial da sociologia de Ponte de Lima, através dos usos e costumes, das "estórias", do sotaque e das palavras que só em Ponte de utilizavam é um prazer único, polvilhado com a boa disposição e o papel essecnial da imagem. As imagens que, noutros tempos eram tão raras mas que José Ernesto Costa tem regatado das arcas para nosso encanto.

domingo, dezembro 25, 2005

QUE TODOS OS DIAS SEJA NATAL. QUE O ESPÍRITO NATALÍCIO PERMANEÇA DENTRO DE NÓS.

Esta não é uma época como as outras. Mas devia ser. Ou melhor todas as outras épocas do ano deviam ser como esta. A amizade está em cada rosto, a compreensão preenche o espaço público, a solidariedade é o primeiro de todos os sentimentos. O espírito natalício é especial, e especiais são as pessoas no Natal. Que bom seria que, auqlea frase feita - "que seja Natal todos os dias" - se transformasse realidade e que os sentimentos desde sempre associados a esta época se estendessem por todos os dias do ano. O mundo seria melhor, todos seríamos muito melhores.

Poluição no Rio Labruja
Só não vê quem não quer. E pior do que o cego é aquele que não quer ver...
O Rio Labruja é, ciclicamente - e mais frequentemente do que se pensa - vítima de agressões ambientais, muitas deles provocadas por descargas oriundas das inúmeras pedreiras de Arcozelo. A índústria do granito é importante na débil economia do concelho de Ponte de Lima, empregadora de muitas famílias, expoente do artesanato local, etc., etc.
Mas, sem descurar estes aspectos, sem dúvida importantes, não podemos esquecer a outra face da moeda, também ela de enorme delicadeza para o concelho e para as suas gentes. O Ambiente. A degradação ambiental, tanto ao nível das águas como da paisagem é evidente e degrada-se ainda mais cada dia que passa. Só não vê esta realidade quem não quer. E só por falta de vontade política se pode compreender este deixa andar, este desleixo, esta incúria que, antes de mais, prejudica os empresários e todos aqueles que, dia após dia, trabalham o granito em condições pouco dignas e que, a qualquer momento, fruto desta fuga para a frente, poderão ficar sem o seu sustento diário.
Por isso, é necessário ordenar, criar regras, impor regras de higiene e seguranças no trabalho, regras de protecção ambiental e regras fiscais para que o bem comum gere também receitas para a sua protecção. Parece simples, mas quando a política se deixa sobrepor por outras lógicas, o resultado é mau para quase toda a gente, excepto para uns quantos ,muito poucos, que lucram muito e pagam pouco, à custa de uma das maiores riquezas do concelho de Ponte de Lima: o ambiente e a paisagem.

A PSP e Ponte de Lima
Foi tornado público na semana que agora termina um estudo que aponta para a possibilidade de encerramento das esquadras da PSP que servem comunidades com menos de 15 000 habitantes, entre aqs quais se encontra a de Ponte de Lima. Esta notícia sugere algumas reflexões:
- Nenhuma das localidades onde foram encerradas esquadras ou postos da PSP, viram melhorada, ou mesmo mantida, a qualidade e eficácia do policiamento;
- Os meios escassos, para a sua área de intervenção, da GNR em Ponte de Lima tornar-se-iam tremendamente insuficientes com a assumpção de responsabilidades também na zona urbana. Nem mesmo que os seus meios humanos e materiais triplicassem, a paridade do serviço relativamente à actualidade, estaria garantida;
- Esta sitaução seria profundamente agravada com a também anunciada intenção de encerramento dos posto da GNR de Lanheses que serve também freguesias do concelho de Ponte de Lima;
- Ponte de Lima tem uma estrutura e uma cultura urbana, sendo uma localidade em desenvolvimento e com uma zona urbana em clara expansão em termos populacionais e de área, centro de um eixo estratégico em termos de vias de comunicação, onde diariamente passam ou acorrem muitas centenas de pessoas. Por isso, não pode ser vista como um mero número (os tais 15 000), mas como uma realidade dinâmica que necessita de mais e melhores meios de segurança;
- A realidade rural do concelho é também muito complexa, com a sua dispersão e dimensão. 51 freguesias´onde urge velar pela segurança de pessoas e bens, face a desafios e problemas cada vez maiores e mais complexos é uma tarefas que todos devemos exigir e reclamar. Estes desafiosnão se resolvem com diminuição de meios e com alargamento das áreas de intervenção.
- Nesta, como noutras questões relativas à segurança das pessoas e bens, exige-se bom senso e ponderação. Ponte de Lima não pode permitir que esta hipótese seja sequer colocada.

Este problema exige uma resposta política e enérgica. Não é suficiente a resposta da Câmara Municipal propondo-se a largar a zona urbana para manter a PSP. É fundamental dizer frontalmente não e tomar medidas para tal. O que Ponte de Lima quer são mais meios para fazer face aos problemas actuais e, perante mais área de intervenção para a PSP, são necessários mais meios. Ponto final.
A Junta de Freguesia de Ponte de Lima também já tomou posição.

sábado, dezembro 24, 2005

UM FELIZ NATAL
COM MUITA PAZ
E MAIS COMPREENSÃO

quinta-feira, dezembro 08, 2005

POIS É...

Mia Couto, conhecido escritor moçambicano, numa oração de sapiência, recentemente proferida no seu país natal, referiu "sete sapatos sujos" que temos, ou devemos descalçar. Estes não passam de preconceitos, de defeitos que teimamos em esconder, mesmo de nós próprios ou, então, que teimamos em pensar que são defeitos dos outros e não os nossos.
Assentam, que nem uma luva, a Ponte de Lima e, sobretudo, à sua classe política.
São os seguintes:

1. A ideia de que os culpados são sempre os outros;
2. A ideia de que o sucesso não nasce do trabalho;
3. O preconceito de que quem critica é um inimigo;
4. A ideia de que mudar asa palavras muda a realidade;
5. A vergonha de ser pobre e o culto das aparências;
6. A passividade perante a injustiça;
7. A ideia de que, para sermos modernos, temos que imitar os outros.

quarta-feira, novembro 30, 2005

QUO VADIS?

Um Vereador "curva e contra-curva", que antes da autárquicas apoiou a maioria - vá-se lá saber porquê -, durante a campanha eleitoral praticamente não se ouviu ou, quando se ouviu não se demarcou do poder instituído e que, no primeiro plano e orçamento do nova mandato vota contra, invocando que este é igual aos outros que não inclui qualquer novidade. É perigoso andar neste "barco" porque as águas em que navega são turvas e agitadas e, por incrível que pareça, não consegue movimentar-se em linha recta. Só mesmo às curvas, com paragens, arranques e recuos pelo meio...

O cabeça de lista à Assembleia Municipal tem uma posição e opinião completamente diferente do PSD relativamente ao Orçamento e Opções do Plano para 2006. Eu já sabia disso antes. Quem parece que não se lembrou foi a CP do PSD que voltou a insistir, para cabeça de lista, num dos grandes aliados do PP em Ponte de Lima.

O Presidente da Mesa do Plenário de Secção demitiu-se. Desmotivado e desiludido. Mesmo sem o dizer ou assumir, demitiu-se porque entendeu que desde 1994 (ano em que a base da actual equipa tomou conta dos destinos do partido) os resultados deixam muito a desejar. Foi sempre a descer e a fazer desaparecer o PSD do mapa eleitoral autárquico.

domingo, novembro 20, 2005

DESCIDA AO SARRABULHO: UM EXEMPLO DE EMPRRENDEDORISMO

Estava a chover. Mas quem marca um passeio deste tipo para Novembro tem mesmo que contar com isso. E foi sempre isso que se pretendeu: "a descer todos os santos ajudam", mesmo com chuva! A "Descida ao Sarrabulho", que em 2005 cumpriu a sua 5ª edição entrou definitivamente no calendário dos passeios de rerefência do BTT nacional, depois de ser uma das grandes percursoras dos passeios do género em Portugal. Começou em 2000, fruto do trabalho, criatividade e vontade de promover Ponte de Lima de um grupo de amigos e carolas que constituíam a direcção do Batotas. Hoje são praticamente os mesmos, mas foram as centenas de amantes do BTT que "encheram" Ponte de Lima no passado sábado, que lhes provaram que tinham razão e que a sua simplória ideia de há cinco anos vingou, tornando a "Descida ao Sarrabulho" num dos maiores e mais mediáticos eventos desportivos que se realizam em Ponte de Lima.
Este evento promove o BTT, promove o desporto numa das suas vertentes mais radicais, promove hábitos de vida saudáveis, o contacto com a natureza e a sua protecção, promove Ponte de Lima e os seus mais belos recantos, promove a sua gastronomia e património, fomenta a actividade económica local pois, durante um dia, são várias as centenas de forasteiros que demandam estas paragens. Promove ainda a capacidade de organização e saber fazer de um grupo completamente amador que se empenha para que, os 450 participantes na "Descida ao Sarrabulho", voltem no ano seguinte.
O que se espera agora é que a edição 2006 do evento seja ainda melhor que a 2005. Os limianos elevam, cada ano que passa, as suas espectativas e o "Batotas" procurará, com toda a certeza, não as defraudar. Para tal conta com o apoio das instituições e empresários locais para, em conjunto, pugnarem por uma iniciativa de referência para o concelho de Ponte de Lima.

A história do "Batotas - Clube de Desportos Radicais de Ponte de Lima" coincide praticamente com os primeiros passos do BTT em Ponte de Lima.
A Bicicleta chega praticamente a todos os locais pois percorre largas distâncias, é facilmente transportável e muito versátil. Com ela atingimos locais que são difíceis de atingir a pé e impossíveis de atingir de moto ou veículo todo-o-terreno. Estavam criadas as condições para a natural evolução do BTT. Em meados da década de 90 era já vulgar ver em Ponte de Lima grupos informais de jovens e menos jovens que, sobretudo ao domingo, saiam em bicicleta visitando alguns dos mais belos recantos do Concelho. De um desses grupos, um verdadeiro grupo de amigos, nasceu o BaToTas - Clube de Desportos Radicais de Ponte de Lima que, embora fosse informalmente constituído em 1997, teve a sua consagração jurídica em 30 de Abril de 1999, tendo sido seu sócio número um e primeiro presidente João Carlos Gonçalves. Desde 1998, o BaToTas tem vindo a marcar a actividade velocipédica, e não só, do concelho de Ponte de Lima, com a organização de multiplas e variadas actividades, entre as quais se realçam as seguintes: Passeio Anual, Caminhos de Santiago (o português e o francês), Passeio da Primavera, Passeio de Aniversário, Romaria a Santa Justa - Em colaboração com a AD Arcuense e Descida ao Sarrabulho. Até ao presente ano manteve em funcionamento uma secção de basquetebol, onde chegaram a praticar a modalidade dezenas de jovens.

sábado, novembro 19, 2005

"Aqueles que entram nos Paços do Concelho muito bem vestidos e, afinal, são uns perfeitos bandidos"

Dificilmente poderíamos lançar um concurso tão oportuno. Durante a semana que agora se inicia, procure responder às duas questões que se seguem:
1. Quem proferiu esta afirmação?
2. A quem se dirigia?

Isso mesmo. Se a resposta foi Eng. Daniel Campelo acertou. O destinatário é que fica à consideração de quem quizer fazer um verdadeiro exercício de associação de factos. Mas a carapuça pode servir em várias cabeças, inclusivamente alguma que tem o seu gabinete próximo do autor da afirmação.

É uma pena, que o Presidente da Câmara de Ponte de Lima continue a fazer afirmações deste tipo, atirando para o ar acusações sem concretizar o seu destinatário. Não é sério, não é transparente, não permite elevação na discussão pública local.
Parece querer fazer crer os mais incautos que, de um lado - o seu - está o bem, a virtude, a transparência, o trabalho, a qualidade, o serviço público desinteressado, o mais imaculado trabalho que existe à face da terra. "Do outro lado", estão os interesses mais obscuros, a incompetência e tudo o que de mau existe em cima deste planeta.
Como é primário, idiota e trauliteiro este maniqueismo!
Ponte de Lima continuará a existir depois de Campelo, tal como existiu antes. Não duvido que o seu nome ficará na história do concelho, mas não apenasa no lado das "coisas boas". Mas a história de Ponte de Lima não terá um "antes de Campelo" e um "depois de Campelo"...

domingo, novembro 13, 2005

O que veio fazer o Eng. Sócrates ao distrito de Viana do Castelo?

Esta questão não tem resposta. Duvido também que a venha a ter nos próximos tempos. Mas das duas uma: ou veio pedir perdão pelo miserável PIDDAC que nos destinou, ou veio fingir que não sabia que o PIDDAC tinha sido o que foi, reafirmando a vontade de gastar milhões de euros do orçamento de Estado com a demolição de um prédio. Não será lata a mais, ou já nos contentamos apenas com as visitas e a aparição antes as câmaras ao lado do Primeiro Ministro?
Dá que pensar...

O JN, na sua edição de hoje, a respeito dos incidentes de Paris, continha umas declarações do Arquitecto Manuel Correia Fernandes a respeito da criação de guetos e espaços público desadequados em Portugal. Muitos dos pressupostos apresentados assentam com uma luva nas desastradas políticas urbanísticas implementadas em Ponte de Lima nos últimos anos. Não imagino incidentes semelhantes aos de Paris em Ponte de Lima, mas que as políticas são as mesmas, lá isso são...

"O arquitecto Manuel Correia Fernandes acredita que a marginalização dos bairros sociais, no caso português, vai além "da altura e da baixura". Está na carência de "equipamentos e serviços", na "falta dos espaços públicos" projectados e afastados pela necessidade de poupar das autarquias e de ganhar dos empreiteiros. O que os bairros não têm é a qualidade de vida, que compensaria a concentração de gente, escolas, salas de estudo, recolha de lixo com qualidade. espaços verdes que não estejam a monte. Mais área para as pessoas, evitando a promiscuidade dentro de casa, uma varanda para dar a quem tem de viver no alto um contacto com o exterior. O erro do bairro foi roubar aos desvalidos o direito à cidade, criando zonas "monossociais", o que "agudiza os problemas". Mas espalhá-los agora, 40 anos depois, será destruir das poucas coisas que lhes restam: laços, acredita Correia Fernandes.

Dá mesmo que pensar...

O incêndio que aqueceu a política limiana!

Os últimos dias em Ponte de Lima têm sido ferteis em polémica. Tudo começou na semana passada, com o incêndio na viatura do Vereador Montenegro Fiúza que, prontamente, atribuiu o ocorrido a uma atitude criminosa, contra alguém incómodo na política local.
Personagem incómodo ou não, a confirmar-se estar na origem do ocorrido um acto criminoso, apenas resta uma atitude a qualquer limiano e a qualquer cidadão: solidariedade para com o visado, condenação veemente para com o autor. As meias palavras e atitudes evasivas, não têm qualquer cabimento neste contexto.

Fernando Calheiros, um Senhor!

É um Senhor da política local. Alguém que gosta muito da sua terra e por ela deu parte da sua vida. O sentido da palavra DAR, para Fernando Calheiros está muito além do sentido que a maioria dos mortais lhe dão. Presidente da Câmara exemplar, sacou a autarquia de uma profunda crise financeira, criando-lhe os alicerces e implementando os princípios que permitiram com que, hoje, obtenha óptimos resultados ao nível das finanças. Na Santa Casa da Misericórdia outro trabalho digno de registo, sobretudo se tivermos em conta o delicado momento em que pegou nas "rédeas" da instituição. Passou também pelos Bombeiros Voluntários e é ainda membro do Rotary Club de Ponte de Lima onde pratica, no dia a dia, o lema que praticou em toda a sua vida: "fazer o bem sem olhar a quem".
Este senhor, apresentou esta semana a sua primeira obra, como não podia deixar de ser, dedicada a Ponte de Lima, viajando pelos seus primórdios mas também pelo imaginário de uma terra que nos fascina e enebria.
Que bem fica a estante do limianismo com a obra de Fernando Calheiros!

"Aqueles que entram nos Paços do Concelho muito bem vestidos e, afinal, são uns perfeitos bandidos"

Dificilmente poderíamos lançar um concurso tão oportuno. Durante a semana que agora se inicia, procure responder às duas questões que se seguem:

1. Quem proferiu esta afirmação?
2. A quem se dirigia?

(na próxima semana, publicaremos os resultados e os merecidos comentários...)

domingo, novembro 06, 2005

A mais inesperada notícia que poderia hoje ocorrer em Ponte de Lima: "vereador do PS na Câmara de Ponte de Lima, António Montenegro Fiúza, ficou hoje com o automóvel completamente destruído num incêndio de origem ainda desconhecida, mas a vítima está convicta que foi um "atentado".
O texto completo do jornal Público.

domingo, outubro 30, 2005

Para reflexão:

Em Ponte de Lima:
1. Não existe um plano estratégico;
2. O comércio está a definhar;
3. O desporto nunca foi, não é e parece que não virá a ser, uma prioridade;
4. Constroi-se mais e mais, vende-se cada vez menos;
5. Vêem-se sempre as mesmas caras: a construir, a liderar investimentos, a elaborar projectos;
6. A criatividade desapareceu. Só é feito o óbvio.
7. Onde andam as pessoas no fim-de-semana?
8. As vias de comunicação são excelentes, para que os limianos saiam. Onde estão as estratégias de fixação e atracção?
9. Estamos num momento crítico, de viragem. O que vamos fazer?
O Minho é tão longe...

Quando em contacto com um gabinete público, invariavelmente situado na macrocéfala e intelectualmente inatacável Lisboa, solicitei uma visita ao distrito de Viana do Castelo para verificação "in loco" de um problema que carecia de resolução mas que, sistematicamente, era esquecido. A resposta não foi surpreendente: - não é possível, Viana do Castelo é muito longe, teríamos que perder, pelo menos, um dia, para nos deslocarmos".
A resposta foi tudo menos inesperada, não dei qualquer importância ao "perder" referido, porque o léxico e a forma de pensar de Lisboa não é propriamente como a nossa, mas ilustra o que, no dia a dia, pensam os políticos decisores da "longínqua província": é sempre colacada em segundo plano, nunca é prioritária, raramente prende as suas atenções.
A "província" foi, mais uma vez esquecida e colocada em segundo plano, na reavaliação do processo TGV. A linha outrora prioritária: Porto-Vigo, passou a dispensável (pela via do adiamento "sine die"). E, como mandam as boas maneiras do centralista, aposta-se na ligação Lisboa-Madrid e Lisboa Porto.
Isto não significa que o TGV trouxesse grandes vantagens para Ponte de Lima (mais obras, mais corredores, mais cortes de caminhos e estradas, mais divisões de freguesias...), mas que vem na sequência de outras medidas altamente penalizadoras para o Norte e para o Alto Minho, disso não tenhamos qualquer dúvida.
Venha depressa a regionalização, pelo menos, nesse caso, os centralistas estariam mais próximos de nós e conseguiriam deslocar-se até a este longínquo lugar sem necessidade de "perder um dia".

quarta-feira, outubro 19, 2005

Calaram-se?

Nos dois últimos anos, muitas foram as vozes que, na defesa dos mais altos interesses do Alto Minho, se demonstraram chocadas com as obras e os montantes atribuídos a este canto de Portugal, no âmbito do plano de investimentos da administração central - PIDDAC. E tinham toda a razão, embora continue a sustentar que aquela não é a única via de canalização de investimentos para a "província" por parte do Governo.
Conhecido o PIDDAC para 2006, continua a dificuldade de encaminhamento de verbas de Lisboa até Viana do Castelo. O que se programa é pouco, muito pouco, cada vez menos, e o que se executa ainda menos é. Para 2006, são uns trocados. E, de promessas, nada! Nada de ligação de Paredes de Coura à A3; Nada de acessos ao Porto de Mar; Nada de Pousada de Juventude de Vila Nova de Cerveira; Nada de prolongamento da A28 até Valença...
Valeu-nos a inscrição da variante a Ponte de Lima.
Espera-se pelas vozes que, nos dois últimos anos, contestaram veementemente a dotação do PIDDAC para Viana. Ou, a partir de Março deste ano, calaram-se?

A A28, entre Viana do Castelo e Caminha, abre ainda este mês. Outro grande passo para o Alto Minho e para o desencravar da cidade de Viana. Contra ventos e marés, lá avançou a obra de grande importância estratégica para o litoral do distrito.
Os seus contestatários também não se têm feito ouvir desde Março passado. O que terá ocorrido, se o traçado, desde essa data se manteve. Calaram-se?
O interesse das populações, argumento sempre esgrimido nos momentos de constestação e luta, pelos vistos também muda de acordo com a cor política que governa o país. É pena, porque os destinatários das políticas e do trabalho dos políticos são as pessoas e os seus problemas não se resolvem com a simples mudança de Governo.
A actividade política não é um fim em si mesma, que se esgota nos partidos políticos, mas um meio para atingir um fim, que está muito distante das cores partidárias, dos partidarismos e, sobretudo, das partidarites.

domingo, outubro 16, 2005

Os partidos e as "facções"

Um comentador da nossa praça apontou asa "facções" de um partido político como uma das razões da sua derrota.
Confesso que não gosto da palavra "facções", nem facciosismo que nos obrigam a pensar em pessoas que só admitem uma forma de pensar e ver o mundo, abominando a perspectiva dos outros e a sua argumentação. Acredito em formas diferentes de pensar, em vias diversas para a solução dos problemas, em pessoas que, sendo diferentes, têm o direito de propor formas diferentes de intervenção. Muitas vezes são confundidos, ardilosamente, com facções mas, nestes casos, o facciosismo é personificado por aqueles que não admitem que não se pense ou se aja de uma forma diferente.
Não conheço nenhum partido de pensamento único em Portugal, mesmo que muitos pensem que essa seria uma boa solução para os seus problemas. E não gostaria que viessem a ser reintroduzidos no espectro político nacional. Ainda acredito nos partidos como suporte básico da democracia. O grande problema dos partidos são, muitas vezes, os seus dirigentes, sobretudo aqueles que utilizam os partidos como instrumentos de poder. Um partido deve ter um espaço interno de liberdade, e constituir-se como uma via para a intervenção social que personifique a opinião maioritária dos seus militantes, mas também a via para a resolução dos problemas da comunidade. A opinião dos militantes de um partido pode não coincidir com os interesses de uma comunidade e, nesse caso, o partido não está a cumprir a sua missão, os seus dirigentes não estão a ser competentes.
Em Ponte de Lima os partidos têm no seu seio pessoas que pensam de forma diversa. E ainda bem. Mas não conheço nenhum que, no último acto eleitoral, tenha visto militantes seus terem uma atitude de hostilidade ou desafio para com eles. Quem perdeu, perdeu por culpa própria ou por "culpa" dos seus adversários, que foram melhores. Nestas eleições, se existiram golos na própria baliza, foram marcados pelos jogadores que estavam em campo e não por aqueles que assistiam ao jogo do banco de suplentes.
A Paz pós-eleitoral

Quando seria de esperar alguma agitação pós eleitoral, uns vangloriando-se pelos bons resultados obtidos, outros assumindo as consequências das derrotas sofridas, eis que tivemos uma semana muito tranquila em Ponte de Lima.
Parece que os vencedores já esperavam tal resultado e decidiram continuar, calmamente, o seu trabalho e, por outro lado, os vencidos acharam que o resultado, mesmo assim, é meritório e então vão continuar o seu caminho, procurando preparar o futuro e a recuperação dos resultados, e prestígio, perdidos.
Os dias que se seguiram às eleições serviram também para o arranque de uma nova obra, que obviamente não poderia ter início antes, tendo em conta a previsível má recepção que teria junto do comércio local. Trata-se da nova média superfície que vai ser instalada na freguesia da Ribeira, bem às portas de Ponte de Lima, mais um grande desafio para o debilitado comércio local. Parece que, como o diz com toda a propriedade o ditado popular, "não há fome que não dê fartura". De nenhuma e de uma firme vontade em evitar a instalação de médias e grandes superfícies, abriram-se as portas já a duas e é público que não ficaremos por aqui. Como se pode mudar tão rapidamente de opinião e de estratégia? A pergunta, obviamente, vai direitinha para os Paços do Concelho e para a Associação Empresarial. O comércio, o pequeno comércio limiano, definha cada dia que passa, sem novas perspectivas de futuro. E o que fazem os responsáveis locais é ajudar a encontrar meios para o sepultar definitivamente, com as médias superfícies e com o licenciamento de mais e mais espaços comerciais em cada bloco de apartamentos que é construído.

segunda-feira, outubro 10, 2005

O Fenómeno Campelo!

Goste-se, ou não, Daniel Campelo é um fenómeno político à escala local e à escala nacional. A sua coerência, habilidade política, capacidade de gestão e oportunidade, fizeram dele um autêntico fenómeno, capaz de permanecer no poder 4 mandatos seguidos e com capacidade para se renovar em cada acto eleitoral, conseguindo resultados muito significativos. Para este anunciado último mandato, parte com uma renovada e ampliada maioria, que deixou a oposição reduzida à sua insignificância, talvez a dimensão do trabalho produzido nestes últimos quatro anos. A força de Daniel Campelo, da sua imagem e do seu populista discurso vão muito além da força do seu partido e é capaz mesmo de fazer esquecer a sua lista, onde as figuras são muito menos consensuais e incapazes de brilhar ao nível do líder, tanto no trabalho como, sobretudo, na popularidade. A juntar a todos estes factores, Daniel Campelo é uma figura de proa do CDS/PP, o seu único presidente de câmara.
Do outro lado, temos os grandes derrotados: o PSD que caminha aceleradamente para o abismo, depois de onze anos de liderança da linha de Manuel Trigueiro, o último grande sacrificado daquela linhagem. Um eleitorado envelhecido, reduzido ao que vota PSD, independentemente de quem o partido apresenta como candidato, uma força política incapaz de falar para os limianos, de apresentar propostas, ideias e pessoas credíveis para o futuro, e que tem sido, sistematicamente, confundida com o poder instalado, numa atitude suicida, completamente incompreensivel e que teve o seu auge na mórbida espectativa de uma aliança pré-eleitoral com o CDS/PP, mantida e alimentada há cerca de um ano atrás. A par do PSD surge a CDU, que não conseguiu a dinâmica, a agressividade no discurso e a penetração de António Carlos Matos, alcançando um resultado que ficou muito aquém do de 2001.
Por fim o PS e Montenegro Fiúza. Foi o grande alvo de Daniel Campelo, e percebe-se porquê. Trouxe um novo estilo e uma voz forte à oposição em Ponte de Lima. Apesar do pouco tempo de que dispôs para preparar as eleições, apesar de ser um desconhecido no concelho, foi convincente para o eleitorado, que viu nele o porta-voz do seu descontentamento. Consolidou o Vereador socialista, reconquistado por Agostinho Freitas em 2001 e reforçou o seu eleitorado em quase mil votos. É muito, e trata-se de um sinal que não deve ser menosprezado em Ponte de Lima. Expectativa, portanto, relativamente à postura e desempenho na oposição nos próximos quatro anos.

quinta-feira, outubro 06, 2005

Campelo tem obra feita, mas...

É indiscutível que Daniel Campelo marca uma era em Ponte de Lima, tem obra feita e um estilo inconfundível, que será no futuro inimitável. Esta é uma evidência que só não vê quem não quiser!
O que está em causa neste momento, é o prolongar de um estilo, de uma forma de estar e ver a política que já começam a cansar os limianos, que é redutora e que está, anos a fio, a deixar para segundo plano diversas áreas da vida municipal:
A educação, o desporto, o saneamento básico e o abastecimento de água, o apoio ao movimento associativo e solidário, a juventude, o emprego, entre outras. Estas são áreas nucleares, talvez ainda mais hoje do que há 12 anos atrás. O actual Presidente da Câmara Municipal também o pensa assim e está convencido que está a actuar em conformidade. Só que a realidade é diferente. Daniel Campelo já não consegue ver, ou não tem sensibilidade para ver, que as prioridades apontadas às quais julga que está a dar atenção, estão na verdade esquecidas e«ou menorizadas.
O Problema de Ponte de Lima não é Daniel Campelo, na memória do concelho terá sempre o seu lugar. O problema é o tempo que leva no Município, uma só forma de pensar, a rede que criou e que tolhe os serviços municipais, algumas más companhias que escolheu, a incapacidade para ver além do seu reflexo. O que Ponte de Lima necessita é de mudar, arejar, ter outra gente a pensar e projectar o concelho. Não acredito no pensamento único nem em predestinados. Acredito isso sim na capacidade dos limianos, de todos os limianos.
Um debate. Ou quase...

O debate entre os quatro candidatos à Câmara Municipal de Ponte de Lima, hoje emitido pela ROL foi um "quase debate". Quase debate porque pouco se debateu. O que foi permitido não passou de um explanar de programas eleitorais e opiniões que, raramente, puderem ser confrontadas e questionadas pelos cabeças de lista, fruto da estratégia e do estilo dos entrevistadores.
No entanto, algumas notas ficaram evidentes:
1. Os quatro candidatos estavam bem preparados para o debate, com as suas ideias bem definidas e as propostas devidamente estudadas;
2. Pena foi que a falta de debate impedisse que algumas das ideias pudessem ser questionadas ou debatidas;
3. Daniel Campelo tem um ódio de estimação por Montenegro Fiúza;
4. Quando era acusado de não ter feito algo, Daniel Campelo respondia, invariavelmente, que a decisão política relativamente ao assunto estava tomada, ou já estava pensada.
5. Acácio Pimenta foi o mais voluntarista e o mais convincente relativamente aos seus objectivos;
6. Manuel Trigueiro foi o mais sóbrio;
7. Montenegro Fiúza o mais Paciente, tendo em conta o que ouviu de Daniel Campelo; Daniel Campelo não consegue centrar-se nos projectos, na obra feita ou a fazer, não resiste ao ataque pessoal e ao carácter dos adversários, provocando os momentos mais quentes sem ser pela via dos seus méritos ou deméritos.
8. Daniel Campelo piscou o olho a Manuel Trigueiro - até o elogiou, e tentou isolar o candidato socialista.
9. Foi um "encontro", chamemos-lhe assim, morno, sem grandes novidades, sem grandes picardias, embora tenha servido para esclarecer os indecisos, se ainda existiam antes do debate.

terça-feira, outubro 04, 2005

Impressões

Pode ser um erro de perspectiva, ou antes o efeito do distanciamento. O que parece é que esta está a ser uma campanha eleitoral morna, muito morna.
O debate começou tarde, muito tarde, e tão tardio foi o seu arranque que já não deu tempo para apontar as falhas, os erros, e os incumprimentos da maioria instalada.
Passou-se, então, à fase 2. A das propostas. E o que se verificou, conhecidos os programas eleitorais foi que de novidade,muito pouco...
As ideias, as boas ideias, aquelas que traduzem um claro benefício para os destinatários das políticas, que não carregam doses industriais de demagogia, que são pensadas e avaliadas previamente, ficaram na gaveta.
Uma nota para a "onda" de tarjas "Campelo é fixe" que alagou Ponte de Lima. A ideia é boa - mostrar a obra feita. Mas a mensagem,soa a velho e a um trocadilho que pode significar qualquer coisa para as presidenciais...
Já agora, dizer "já temos inglês em todas as escolas", no dia em que é anunciado que apenas um (1) concelho do País não se candidatou ao programa de generalização do inglês no 1º ciclo, do Ministério da Educação, parece-nos uma tentativa torpe de "enganar o ceguinho". O que pensaríamos nós, hoje, se a Câmara Municipal de Ponte de Lima não se candidatasse ao programa?

domingo, outubro 02, 2005

Que a intervenção cívica fique mais tempo por estas paragens...

A intervenção cívica é um dos pilares do regime democrático. É dever de todos os cidadãos intervir na vida da sua comunidade e do país, denunciando aquilo que está mal e propondo alternativas aos problemas com que se debate.
As eleições autárquicas estão à porta e chovem propostas para "a melhoria da qualidade de vida das populações", soluções milagrosas que parece terem andado escondidas durante quatro anos, com o objectivo de manter a exclusividade e a capacidade de inovação´.
Ponte de Lima não prima por ser um concelho de debate. Já o disse e aqui o reitero. esta é uma terra de brandos costumes, onde a capacidade de reacção, de intervenção e sobretudo a coragem de, publicamente, assumir as diferenças, se foi perdendo ao longo do tempo. O adormecimento é evidente. Por isso, é de saúdar a campanha eleitoral em curso na qual, pelo menos, se discute, se propõe, se critica.
Pena é que, por vezes, ás propostas resvalem perigosamente para a demagogia e para o populismo e, por outro lado, que as críticas tendam para a maledicência, para os ataques pessoais e para injustiças. Sabemos que errar é humano, mas torna-se evidente que estes erros só ocorrem por falta de preparação de quem os comete.
No contexto nacional é de bradar aos céus o que está a ocorrer em Portugal. Arguidos, vergados sob o peso de dezenas de acusações, cometidas algumas delas no exercício das funções para as quais se recandidatam, estão na iminência de virem a ser eleitos pelo seu povo. O povo que "mora" nas bocas de muitos políticos portugueses como sendo o suporte da "sua" democracia e o objectivo das suas políticas mas que, na hora da verdade, só serve mesmo para os eleger. É este povo, possuído da maior das cegueiras, que muito provavelmente vai reeleger Valentim Loureiro, Fátima Felgueiras, Avelino Ferreira Torres e Isaltino Morais.
Se pelos locais do crime continuarem, apetece-me mudar de País porque, pelo voto, essa arma que todos temos em mãos, não será possível mudar Portugal.
A propósito, em Ponte de Lima tem sido eleito, sucessivamente, um elemento que andou nas malhas da justiça e que, in-extremis, a ela escapou por ter abandonado o seu posto de trabalho - a Câmara Municipal- pela porta das traseiras fugindo a uma notificação do tribunal e, consequentemente, permitindo a prescrição do processo...

terça-feira, março 15, 2005

Com a devida vénia, não resisto a plagiar o texto do Nuno Matos publicado no Diário do Minho

Afinal, somos ricos ou pobres?
Como todos os portugueses se lembram, especialmente os limianos, há cerca de quatro anos, um deputado eleito pelo círculo de Viana do Castelo pelo CDS/PP encetou uma greve de fome que, nas palavras deste, serviria para chamar a atenção para o Portugal rural que o tinha eleito.
A falta de condições mínimas, bem como a falta de uma “discriminação positiva” por parte dos governantes, eram no entender do ex-autarca, agora investido deputado pela capa do CDS/PP, intoleráveis. Daí até fazer um acordo mirabolante com o então governo de António Guterres foi um passo.Desse acordo, ao Alto Minho e a Ponte de Lima em concreto, não adveio uma única vantagem, antes pelo contrário, se não vejamos o preço que iremos pagar nas nossas deslocações ao Porto pelo, até agora conhecido, IC 1. As contra partidas não se revelaram globalmente positivas e a factura demorou mas está a chegar e com juros.Passados estes anos, a região e Ponte de Lima não evoluíram muito na resolução dos seus problemas. Basta ler-se um qualquer relatório de índices regionais para se constatar que Ponte de Lima está sempre nos lugares cimeiros, mas a contar de baixo.Saiba-se que é o concelho no Alto Minho com uma das menores percentagens na cobertura de saneamento e na rede de abastecimento de água, tem um rendimento disponível bruto das famílias per capita muito baixo da média do país e um valor médio dos prédios urbanos de propriedade horizontal maior que a média do país. Estes são os resultados de uma política de isolamento económico preconizada pela Câmara Municipal. Apostando numa agricultura arcaica e não promovendo os investidores locais, muito deles jovens que, com um incentivo por parte das autoridades locais, criariam não só o seu próprio emprego como também para outros jovens limianos, põem, assim, termo aos seus projectos.Ponte de Lima continua a abrir as portas de saída para os seus jovens, que, não podendo construir nas suas terras, junto dos seus pais, onde os seus antepassados viveram e não podendo trabalhar no seu concelho, são forçados a deslocarem-se para as cidades vizinhas do Porto, Braga, Viana, Guimarães, Barcelos ou a “encaixotarem-se” nos apartamentos erguidos a pensar neles nas novas zonas periféricas da vila de Ponte de Lima.Para estes e para os que a todo o custo conseguiram construir a sua habitação, estava preparada uma última surpresa: a taxa máxima do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis — antiga contribuição autárquica) a vigorar no concelho.Parece mentira mas é verdade, a Câmara Municipal de Ponte de Lima deliberou propor à apreciação da Assembleia Municipal e esta aprovou as taxas máximas de IMI, a saber: prédios urbanos — 0,8% e prédios urbanos avaliados, nos termos do CIMI: 0,5%.Com uma avaliação que promove a desigualdade, já que os factores de localização aprovados são dos mais altos do Distrito, existindo, inclusive, situações verdadeiramente anormais, como por exemplo, algumas zonas de freguesias como Freixo, Refoios e Fontão terem índices superiores a algumas zonas de freguesia limítrofes da Vila, por exemplo Correlhã, foram-nos impostas aquelas taxas.Com os factores de localização aplicados para o concelho, a valorização dos prédios novos (moradias e apartamentos) e a reavaliação dos antigos, tornará o valor patrimonial superior ao valor de mercado. Ora, com um valor superior dos imóveis a contribuição também será superior, já que a taxa índice sobre o valor patrimonial. Mas se tal não bastasse, a Câmara Municipal decidiu-se por fixar os valores máximos das taxas. No próximo mês de Abril as notificações para pagamento do IMI irão confirmar os factos.Será esta uma política de fixação de população? Não o é com toda a certeza. Um casal de jovens que compre um apartamento ou lhe seja legado pelos pais um terreno para construção ou uma moradia, terá bens cujo valor tributável é superior ao real.Neste momento existe uma certeza, o concelho de Ponte de Lima tem taxas de IMI superiores à maioria dos outros concelhos do Distrito de Viana do Castelo e tem índices de desenvolvimento económico-social incomparavelmente inferiores. Isto é, somos das populações mais pobres do Distrito, mas para pagarmos à Câmara Municipal somos dos mais ricos.A Câmara Municipal apoiada pela maioria dos Presidentes de Junta de Freguesia e dos deputados da Assembleia Municipal, tem feito “tábua rasa” dos índices do INE e do Ministério da Solidariedade Social, da Família e da Criança, reveladores da verdadeira realidade de Ponte de Lima, aprovando ao longo do mandato as tarifas, taxas e licenças mais altas do Distrito.Pergunta-se. Afinal, somos ricos ou pobres?…Somos ricos para pagar impostos, mas somos pobres nos rendimentos que auferimos. Este é um ano de muitas escolhas. É muito importante que os limianos tenham noção do passado recente. Também este servirá para uma melhor escolha daqueles que mais tarde serão os nossos representantes.É caso para afirmar “… bem prega frei Tomás. Olhai para o que ele diz, não para o que ele faz”!
[15/03/2005 - 09:54] [Nuno de Matos (recebido por e-mail)]

sexta-feira, março 11, 2005

Imposto Municipal sobre Imóveis - IMI

Em breve começarão a chegar a casa dos munícipes os avisos para pagamento do novo imposto municipal sobre imóveis, que ficará célebre como IMI. Este novo imposto veio substituir a contribuição autárquica e trará, com toda a certeza, muitas surpresas. Surpresas que advirão das reavaliações que serão efectuadas, do zonamento definido e, sobretudo, da taxa fixada pelo município e assembleia municipal - a máxima. Antes deveriam ser feitos estudos do impacto do IMI, avaliando as consequências práticas para o bolso dos munícipes. Mas nada disso foi feito, apenas se pensou nas receitas para os cofres municipais. As consequências serão imprevisíveis, mas invariavelmente desagradáveis.

Notas soltas

O novo edifício para o Turismo de Ponte de Lima está concluído. Já aqui referi o meu desencanto com a arquitectura e desadequação do mesmo para o local. Agora acho também que é desadequado para as funções. Devia ser um edifício de acesso fácil, simples e directo. Devia...
Parece um capricho, um ícone que pretende marcar uma era, qual pirêmide do Louvre. Choca, pela negativa e mais choca quando se pensa no que custou!

Por falar em custos, não podemos deixar de pensar nos jardins. Os que já estão prontos e em funcionamento e os que virão a entrar em breve. O rácio custo/benefício é tremendo. Era possível ter espaços verdes com custos de manutenção muito mais reduzidos. Não há, nem nunca houve fundos comunitários para pagar a manutenção dos espaços municipais. A factura está a ficar pesada e quando não houver fundos estruturais para investimento vai ser essa uma das áreas condicionadas para manter jardins, espaços verdes, estufas e demais espaços do município.

Gosto muito dos marcos toponímicos instalados em Ponte de Lima. Sóbrios, em material da região, bonitos. Em suma, dignos.

Foi bonita a cerimónia comemorativa do "Dia de Ponte de Lima". É bom elevar os nossos valores, a nossa história, cultura e património. É bom reconhecer o mérito. Apenas discordo da velha afirmação do Presidente da Câmara, lamentado "aqueles que criticam sem nunca nada terem feito pela sua terra". A democracia tem destas coisas. Uma deles, por muito que custe, é a liberdade de expressão. É precisamente a liberdade de expressão que permite ao Sr. Presidente criticar os críticos. É melhor aproveitar as críticas construtivas e pertinentes, venham elas de onde vierem, do que fomentar o autismo, talvez o pior dos defeitos.

Comentários: jocabrago@nortenet.pt

segunda-feira, março 07, 2005

SE A MODA PEGAR...

Se a moda pegar, seguramente teremos muito que contar. O episódio, infeliz diga-se de passagem, do envio da foto do prof. Freitas do Amaral do Caldas (sede do CDS/PP) para o Rato (sede do PS) pode gerar um inesperado nicho de negócio para os CTT: a remessa de fotos de antigos e velhos dissidentes partidários que, da esquerda à direita, ao longo da sua carreira política decidiram apoiar outros partidos ou outros líderes.
Por cá, não me parece que a foto do antigo líder distrital do CDS/PP e actual Presidente da Mesa da Assembleia Distrital, Daniel Campelo, se mantivesse por muito tempo na casa azul e amarela, merecendo pelos mesmos motivos invocados agora para Freitas do Amaral, um embrulho com destino certo para o Caldas, junto do amigo José Sócrates com quem negociou o célebre "Orçamento do Queijo".

sábado, fevereiro 26, 2005

Ponte de Lima parado?

Será da baixa temperatura que se tem sentido?
Será da crise económica e de confianças que vivemos?
Será da estratégia de desenvolvimento desenhada para Ponte de Lima?
Será da política conservadora no âmbito da atracção de investimentos?

O que é certo é que Ponte de Lima parou. O comércio está a definhar, a vila mais parece um deserto, onde apenas funcionam os serviços.

QUEM FALA VERDADE?

O semanário "Cardeal saraiva" foi o palco escolhido. Nas últimas duas semanas duas notícias contraditórias foram publicadas:
No dia 18 era anunciada a recandidatura de Daniel Campelo pelo líder da distrital popular Abel Baptista. Uma semana mais tarde Daniel Campelo desmentiu essa mesma notícia.

Alguém faltou à verdade mas, acima de tudo, estamos perante duas jogadas tácticas contraditórias. Primeiro, a de associar o Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima à candidatura de Abel Baptista nas eleições legislativas, onde o autarca foi muito pouco visto. A segunda, a demarcação, por agora, do PP de Daniel Campelo.
A expectativa é grande, relativamente aos próximos capítulos.

quarta-feira, janeiro 05, 2005

Ano novo, velhos vícios...

Após algumas semanas de interregno, o regresso ao velho hábito de escrever e reflectir sobre os ventos que ante nós se cruzam e sobre os ambientes que nos rodeiam. Velho vício que, infelizmente se tem vindo a perder em Ponte de Lima, bela terra que se está a habituar a ver os dias passar impávida e serena. O espírito crítico, a capacidade para opinar está a desaparecer por estas paragens. A sociedade está a cair numa letargia precoupante, num laxismo que pode ter consequências graves para todos. Quase que me deixei envolver por essa onda, por essa autêntica nuvem que não quer deixar ninguém de fora.
Não sei se vou remar contra a maré mas, o do que tenho a certeza é que vou remar!
Norton de Matos foi recordado, na passagem do 50º aniversário da sua morte. Um grande vulto limiano, um dos valores inquestionáveis da nossa história. A sala estava cheia, demonstração do interesse e pertinência desta e doutras acções.
A área das publicações tem sido uma das mais activas dentro da política cultural do município. Sauda-se esta dinâmica e esta vontade de dar a conhecer e de perpetuar o que de bom se faz em Ponte de Lima. Mas a cultura não começa nem acaba aqui. Os públicos são ainda reduzidos e é necessário alimentá-los para que cresçam. O alimento tem que possuir qualidade.