Que a intervenção cívica fique mais tempo por estas paragens...
A intervenção cívica é um dos pilares do regime democrático. É dever de todos os cidadãos intervir na vida da sua comunidade e do país, denunciando aquilo que está mal e propondo alternativas aos problemas com que se debate.
As eleições autárquicas estão à porta e chovem propostas para "a melhoria da qualidade de vida das populações", soluções milagrosas que parece terem andado escondidas durante quatro anos, com o objectivo de manter a exclusividade e a capacidade de inovação´.
Ponte de Lima não prima por ser um concelho de debate. Já o disse e aqui o reitero. esta é uma terra de brandos costumes, onde a capacidade de reacção, de intervenção e sobretudo a coragem de, publicamente, assumir as diferenças, se foi perdendo ao longo do tempo. O adormecimento é evidente. Por isso, é de saúdar a campanha eleitoral em curso na qual, pelo menos, se discute, se propõe, se critica.
Pena é que, por vezes, ás propostas resvalem perigosamente para a demagogia e para o populismo e, por outro lado, que as críticas tendam para a maledicência, para os ataques pessoais e para injustiças. Sabemos que errar é humano, mas torna-se evidente que estes erros só ocorrem por falta de preparação de quem os comete.
No contexto nacional é de bradar aos céus o que está a ocorrer em Portugal. Arguidos, vergados sob o peso de dezenas de acusações, cometidas algumas delas no exercício das funções para as quais se recandidatam, estão na iminência de virem a ser eleitos pelo seu povo. O povo que "mora" nas bocas de muitos políticos portugueses como sendo o suporte da "sua" democracia e o objectivo das suas políticas mas que, na hora da verdade, só serve mesmo para os eleger. É este povo, possuído da maior das cegueiras, que muito provavelmente vai reeleger Valentim Loureiro, Fátima Felgueiras, Avelino Ferreira Torres e Isaltino Morais.
Se pelos locais do crime continuarem, apetece-me mudar de País porque, pelo voto, essa arma que todos temos em mãos, não será possível mudar Portugal.
A propósito, em Ponte de Lima tem sido eleito, sucessivamente, um elemento que andou nas malhas da justiça e que, in-extremis, a ela escapou por ter abandonado o seu posto de trabalho - a Câmara Municipal- pela porta das traseiras fugindo a uma notificação do tribunal e, consequentemente, permitindo a prescrição do processo...