Calaram-se?
Nos dois últimos anos, muitas foram as vozes que, na defesa dos mais altos interesses do Alto Minho, se demonstraram chocadas com as obras e os montantes atribuídos a este canto de Portugal, no âmbito do plano de investimentos da administração central - PIDDAC. E tinham toda a razão, embora continue a sustentar que aquela não é a única via de canalização de investimentos para a "província" por parte do Governo.
Conhecido o PIDDAC para 2006, continua a dificuldade de encaminhamento de verbas de Lisboa até Viana do Castelo. O que se programa é pouco, muito pouco, cada vez menos, e o que se executa ainda menos é. Para 2006, são uns trocados. E, de promessas, nada! Nada de ligação de Paredes de Coura à A3; Nada de acessos ao Porto de Mar; Nada de Pousada de Juventude de Vila Nova de Cerveira; Nada de prolongamento da A28 até Valença...
Valeu-nos a inscrição da variante a Ponte de Lima.
Espera-se pelas vozes que, nos dois últimos anos, contestaram veementemente a dotação do PIDDAC para Viana. Ou, a partir de Março deste ano, calaram-se?
A A28, entre Viana do Castelo e Caminha, abre ainda este mês. Outro grande passo para o Alto Minho e para o desencravar da cidade de Viana. Contra ventos e marés, lá avançou a obra de grande importância estratégica para o litoral do distrito.
Os seus contestatários também não se têm feito ouvir desde Março passado. O que terá ocorrido, se o traçado, desde essa data se manteve. Calaram-se?
O interesse das populações, argumento sempre esgrimido nos momentos de constestação e luta, pelos vistos também muda de acordo com a cor política que governa o país. É pena, porque os destinatários das políticas e do trabalho dos políticos são as pessoas e os seus problemas não se resolvem com a simples mudança de Governo.
A actividade política não é um fim em si mesma, que se esgota nos partidos políticos, mas um meio para atingir um fim, que está muito distante das cores partidárias, dos partidarismos e, sobretudo, das partidarites.