Manuel Pires Trigo lançou o mote no Cardeal Saraiva de 25 de Janeiro. Em Ponte de Lima pensou-se que o Turismo resolveria todos os nossos males e problemas. Criou-se uma imagem de desenvolvimento e de futuro, de que o "El Dorado" estaria aqui, com todas as condições: ambiente, paisagem, acessibilidades. Anos volvidos, a fria realidade choca de frente com todas essas concepções. Constroem-se pólos industriais e estes continuam às moscas (o que nos diferencia de outros projectos semelhantes em concelhos vizinhos, cujo sucesso é evidente), o sector comercial definha, sinal dos tempos e de uma estratégia completamente errada.
Uma crise anunciada assola também a Adega Cooperativa de Ponte de Lima, um "ex-libris" do concelho. Depois de anos de grande progresso e expansão, a descida do consumo de vinho, a menor atractividade dos vinhos verdes tradicionais, um crescimento exagerado da produção e do número de sócios e uma consequente diminuição da qualidade do produto conduziram a uma crise para a qual não se vislumbra uma solução fácil.
A obstrução à acção da direcção, proveniente de imposições estatutárias invocadas por associados em Assembleia-geral, não é um argumento convicente para a demissão dos órgãos sociais, que conheciam os estatutos e que poderiam propor a sua alteração caso os entendessem como obstáculo á sua acção. A demissão não é mais do que a constatação da sua incapacidade de inverter uma situação de crise, que se acentua em cada dia que passa.
A deslocalização da Adega, o financiamento do Estado para a construção de uma nova infraestrutura e o encaixe financeiro da venda das actuais instalações ao município, poderiam constituir o "balão de oxigénio" que colocaria a cooperativa nos carris do equilíbrio financeiro. Mas a coisa não está fácil, e os compromissos do "Orçamento do Queijo" continuam por cumprir...
Nada corre de feição em termos económicos no concelho de Ponte de Lima. esta é a maior pedra no sapato de Daniel Campelo!