“Em nome de Deus e da indivisa Trindade, eu a Rainha D. Teresa, filha do Rei Afonso, saúdo-vos no Senhor. Hei por bem fazer vila o supramencionado lugar de Ponte, e aí faço couto, e assim o decreto e quero que isto tenha a força e firmeza para todo o sempre desde hoje, 4 de Março da era de 1163 (ano de Cristo 1125).”
Hino de Ponte de Lima
(Ilha dos Amores)
Nasci à beira do Rio Lima,
Rio saudoso, todo cristal,
Daí a angústia que me vitima,
Daí deriva todo o meu mal.
É que nas terras que tenho visto
Por toda a parte por onde andei
Nunca achei nada mais imprevisto,
Terra mais linda nunca encontrei.
São águas claras sempre cantando,
Verdes colinas, alvor de areia,
Brancas ermidas, fontes chorando
Na tremulina da lua cheia.
Oh meus amigos, quando eu morrer,
Levai meu corpo despedaçado.
Na minha terra, já sem sofrer,
Dormir eu quero mais descansado
Belos domingos os das aldeias,
Manhãs serenas, que alegria,
Um Deus amável até as feias
Leva cantando à romaria!
Danças alegres há pelas eiras
Cantigas tristes pelas quebradas,
Capelas brilham entre roseiras,
As flores sorriem às namoradas.
Rindo e sonhando, passam as horas
Pelos outeiros do meu lugar
Lábios risonhos tintos de amoras,
Bocas vermelhas sempre a cantar...
Versos de António Feijó
Música de Amílcar Morais