Pedras Finas, que futuro?
O JN de 6 de Fevereiro publicou uma notícia aguardada há muito tempo: vai avançar o pólo industrial para os granitos das Pedras Finas.
Pelo seu interesse e, para memória futura, aqui fica a peça na íntegra:
"Os canteiros de Arcozelo, em Ponte de Lima, vão deixar de conceber e comercializar as suas criações em granito junto à estrada que liga o concelho a Valença. Até ao final do ano, devem arrancar, na localidade, as obras com vista à criação de um pólo empresarial, onde Junta e Câmara Municipal pretendem instalar os artesãos. Estimado pelo município em mais de três milhões de euros, o investimento deverá vir a ocupar dezena e meia de hectares. Dignificar e dinamizar a ancestral actividade constituem os objectivos nucleares da proposta, segundo destacou o líder do Executivo camarário, Daniel Campelo.
Dignificar o património
Para o responsável, trata-se de "ordenar" a globalidade das empresas que laboram junto à estrada por muitos conhecida pelo nome de "Pedras Finas", adiantando que, "quem não cumprir com o estipulado, ver-se-á obrigado a abandonar a actividade". A propósito, assevera "Como a situação está é que não pode mais continuar. É preciso que estes artesãos, que são reconhecidos no país e no estrangeiro, sejam os primeiros a valorizar o que fazem, uma vez que se trata de património que, em diversos pontos do país, ameaça desaparecer, pelo que importa, de sobremaneira, dignificá-lo. E importa fazer este trabalho agora, não depois".
Segundo o autarca, em execução está o concurso público da empreitada das infra-estruturas do pólo, equipamento que deverá ocupar parcelas protegidas pelo regime florestal, decorrendo, por isso, um processo com vista à desafectação desses terrenos. O Pólo Empresarial das Pedras Finas destinar-se-á, assim, aos artesãos do granito de Arcozelo, localidade que é, de longe, a que congrega o maior número de pedreiras em actividade, em todo o distrito.
Um terço das pedreiras
Segundo o Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação, a freguesia conta praticamente um terço das unidades em laboração no Alto Minho, totalizando 28 pedreiras, num universo de 96 em funcionamento. A Arcozelo, seguem-se as freguesias de Pias (no concelho de Monção) e de Boivão (em Valença) com sete pedreiras a laborar em cada uma das localidades. Valença é mesmo o segundo concelho do distrito no tocante ao número de pedreiras, com 19 unidades em laboração. No extremo oposto, situa-se, a nível distrital, o concelho de Arcos de Valdevez, sem nenhuma unidade".
A grande notícia tem a ver com a perspectiva da resolução de um dos grandes problemas das pedreiras: a falta de condições para as centenas de pessoas que trabalham naquela zona. O trabalho da Junta e do Município parece, pois, estar a dar frutos.
A outra parte do problema não tem solução à vista: de um lado os problemas ambientais, com o Rio Labruja e o Rio Lima a sofrerem os efeitos de descargas selvagens nas suas águas; por outro lado, o grave problema da extracção desordenada, selvagem e incontrolada.
Será que as entidades também irão olhar de frente para este problema?