Ainda o TGV...
Pela sua pertinência, e retirando-a do rodapé dos comentários, tomo a liberdade de reproduzir a opinião de Estevão Pereira sobre o TGV e Ponte de Lima:
Apesar de estar a trabalhar na capital vou estando atento ao que se vai fazendo e dizendo no meu concelho... e este blog já me ajudou algumas vezes nessa tarefa...
Sobre a problemática da linha de Comboio Velocidade Elevada (CVE)entre Porto e Vigo reitero as palavras do Presidente D. Campelo, pois é necessário estar informado sobre as possibilidades de traçado da linha de forma a precaver o futuro. Isto para não se verificar o que aconteceu com a construção da Auto-Estrada N.º3. Aparentemente trouxe benefícios económicos para a (sub)região, mas em termos ambientais nem todas as medidas de mitigação foram tidas em atenção. Que o diga a (possível) pequena alcateia de lobo-ibérico que viu a sua ligação ao PNPG (PN da Peneda-Gerês) cortada pela a A3 e o rio Lima, que com a construção da ponte em S. João da Ribeira teve vários meses as suas águas completamente saturadas de material argiloso que levou posteriormente à deposição a jusante e que promoveu a fixação de espécies invasoras (como as acácias) e que agora devoram o leito do rio... estes são alguns dos exemplos...
Mas no que refere ao CVE subscrevo também algumas das ideias do deputado Abel Baptista, nomeadamente com a possível estação no Vale do Lima. Penso que tecnicamente é possível, pois esta linha não se trata de uma linha de Alta Velocidade mas sim de Velocidade Elevada. Trocando por miúdos a velocidade comercial andará à volta, na primeira, dos 300/350km/h, enquanto na segunda 200/250km/h. Ou seja, a linha Porto-Vigo irá ser utilizada por comboios como o actual Alfa-Pendular (excepto a bitola). Logo seria vantajoso tornar esta linha numa verdadeira espinha dorsal de transporte público (passageiros e mercadorias)do NW português. Considero que 3 estações intermédias entre o Porto e Vigo seriam rentáveis economicamente e serviriam os interesses dos vales do Cávado (Braga-Barcelos...)do Lima (Viana-Ponte de Lima/Arcos/Ponte da Barca) e do Minho (Valença-Monção...). Noutros países com linhas de VE, de forma a rentabilizar ao máxima a sua utilização, optaram por esta estratégia e fazem parar os comboios de forma alternada nas diferentes estações... (ex. um serviço PORTO-BRAGA(Estação do Vale do Cávado)- VIGO; outro PORTO-VALE DO LIMA-VIGO... etc.
Para concluir... há que precaver os impactes ambientais que obras desta envergadura trazem para o meio natural e cultural; e que uma linha de "TGV" não traz a coesão territorial que se pretende para a (sub)região do NW português (ou outra região do país excepto as duas Áreas Metropolitanas - o que agudizaria as assimetrias regionais do País, já de si enormes). Ao contrário de uma linha dita "convencional/modernizada" que permite ligações entre as diferentes comunidades de municípios, de forma a que a população sinta os benefícios deste meio de transporte e seja, de certa forma, compensada com o impacto que esta infra-estrutura irá trazer para a (sub)região em termos ambientas e culturais.
Estevão Pereira