segunda-feira, fevereiro 23, 2009


TGV

A posição foi tomada em reunião do executivo Municipal: Traçado do TGV é inaceitável para o concelho de Ponte de Lima.
E é. Esta não deve ser apenas uma batalha do Município, mas sim de todos aqueles que vêem o esventrar de um concelho, a dilaceração de freguesias e zonas urbanas com um projecto de viabilidade mais do que duvidosa, que ameaça dividir o país e dilacerar as finanças públicas.
A definição do corredor e das condicionantes veio trazer a público o que as piores previsões faziam já supor. O traçado foi definido sem qualquer critério de defesa do ambiente, das populações, sem que as enridades locais fossem consultadas, tidas ou achadas. Um escândalo!
O "Parar para Pensar" estará atento ao desenrolar deste processo, designadamente à interessante posição da Secretária de Estado dos Transportes, que afirmou não ter sido possível uma reunião com a autarquia limiana por impossibilidade de agenda do seu presidente. Grande agende deve ter Daniel Campelo, para que tenha sido impossível o agendamento de uma reunião em que seria ouvida a autarquia sobre o traçado do TGV!
O que parece, e muitas vezes o que parece é, é que não havia interesse, por parte da Secretaria de Estado, de ouvir a autarquia, aparecendo agora com um facto consumado, sabido que era que o concelho de Ponte de Lima seria um dos mais afectados - senão o mais afectado - com a passagem do TGV.


Notícia publicada pela Rádio Alto Minho:

A Câmara de Ponte de Lima garantiu «total oposição» aos corredores definidos para a passagem no Concelho do comboio de alta velocidade (TGV), que classifica de fortemente gravosos para o Município.A oposição está expressa numa moção hoje aprovada, por unanimidade, em reunião de Câmara, em que o Executivo liderado por Daniel Campelo (CDS-PP) também pede uma audiência ao primeiro-ministro para tentar convencer o Governo a alterar aqueles corredores.«Ao contrário do compromisso assumido pela secretária de Estado dos Transportes, os corredores foram definidos completamente à revelia dos representantes autárquicos do Concelho. Não fomos tidos nem achados neste processo e acabámos por ser confrontados com a publicação de dois traçados que pura e simplesmente não podemos aceitar», disse,Daniel Campelo.Segundo o autarca, em causa estão dois corredores de medidas preventivas, recentemente publicados em Diário da República.«São corredores impossíveis de aceitar, pelo mundo de situações aflitivas que acarretam», reiterou Campelo.Explicou que os traçados «passam por cima de freguesias inteiras e de várias áreas urbanas», põem em causa património construído e áreas naturais, têm «enormes» impactos visuais e paisagísticos e provocam ruídos perfeitamente intoleráveis.«Há certamente alternativas com bem menos impactos negativos e a Câmara está disposta para colaborar na definição do desenho dessas alternativas. Os corredores agora publicados são simplesmente danosos para o Concelho e esses nós não podemos - nem iremos - aceitar», acrescentou.Em causa está a ligação entre Porto e Vigo por comboio de alta velocidade, cuja conclusão está anunciada para 2013.A Comissão Europeia já aprovou um financiamento de 244 milhões de euros para o troço entre Ponte de Lima e Vigo.