A novela do Mercado
Não parece haver grandes dúvidas. As obras realizadas, o Mercado Municipal foram o grande logro de Daniel Campelo à frente do Município de Ponte de Lima.
Antes, o Mercado Municipal de Ponte de Lima era um espaço vivo, com dinâmica mas a necessitar obras de remodelação, que o tornassem mais jovem, atraente e capaz de fazer face aos desafios da época e do futuro.
Fizeram-se as obras, optando-se por um misto de recuperação do existente e do lançamento de uma nova imagem, apostando-se numa arquitectura arrojada e de ruptura com o passado.
Se o resultado em termos arquitectónicos pode ter sido aceitável, o mesmo não se pode dizer da funcionalidade do espaço. As lojas do lado nascente não têm qualquer funcionalidade nem condições de trabalho, não se ajustando à maior parte dos ramos comerciais aí instalados. A nave central, espaço aberto que pretendia albergar também outras actividades, designadamente espectáculos, revelou-se inapropriada e é hoje utilizada para fins que nada têm a ver com o planeado, que disvirtuam o espaço e as suas funções. Finalmente, a cobertura, quase nunca o foi, pois as infiltrações eram mais do que muitas. O mercado nunca foi um verdadeiro mercado e todos aqueles que acreditaram que poderiam garantir a sua sobrevivência naquele espaço, foram defraudados, apesar das críticas e reparos que iam chegando ao Município.
Em breve, vão ser realizadas algumas obras para procurar minimizar os danos. Mais de dez anos depois, fora da garantia da obra, à custa dos cofres do Município. É o reconhecimento tardio de um erro que não terá mais remédio. O Mercado acabou!