A Assembleia Municipal de Ponte de Lima deverá aprovar, na sessão ordnária do próximo dia 25 de Abril, a constituição de uma Comissão de Acompanhamento do processo e das obras do TGV no concelho de Ponte de Lima.
Tornou-se claro que este será um assunto quente, não só apenas na política nacional, mas também na política local. Aproxima-se o momento do inquérito público - deverá ocorrer próximo do Verão - o Presidente da Câmara já referiu ser este um dos maiores problemas com que o concelho já se confrontou e pede a mobilizaçã da população.
Pela importância que esta questão tem para Ponte de Lima, não podemos deixar de partilhar alguns elementos para discussão:
- A auto-estrada teve enorme impacto no concelho, mas trouxe também mais-valias, pois com os nós existentes (3) no território limiano, permitiu o desenvolvimento local. Pelo contrário, o TGV apenas atravessa o concelho. Leva tudo: o impacto ambiental, económico, social, e nada deixa...
- Foram propostos dois trajectos para o concelho de Ponte de Lima. Parece evidente que o preferido é aquele que atravessa a zona urbana, na freguesia da Ribeira, pois acompanha o trajecto da auto-estrada, mas é precisamente aquele que tem mais impaco social: 52 moradias demolidas. O Presidente da Câmara parece preferir esta opção, devido ao impacto da opção poente nas imediações das "Lagoas", e não no espaço das Lagoas como erradamente continua a afirmar.
- A Assembleia da Associação de Municípios não aprovou uma moção de rejeição do traçado do TGV, apresentada pelo PSD. Jogos político-partidários, tácticas incompreensíveis, a protecção do partido dada ao Governo, a falta de solidariedade local, fizeram com que um assunto que deveria merecer unanimidade, fosse partidarizado. Sempre em prejuízo do concelho e do distrito. Lamentável!
- A RAVE finalmente reuniu com a Câmara de Ponte de Lima. Pouco adiantou. O facto está consumado, os corredores foram publicados em Diário da República, agora nada há a fazer. Será que vamos aceitar tão simpaticamente uma obra tão prejudicial ao concelho?
- Na reunião do executivo municipal de 6 de Abril, o assunto foi discutido e algumas informações fornecidas: o traçado do TGV terá 7,5 km em túnel e 6 km a céu aberto. Que a freguesia da Queijada será atravessada em túnel, assim como parte de Anais, Fornelos e Labruja. Em viaduto passará na Ribeira sobre a auto-estrada. Disse que em caso algum serão afectados equipamentos públicos, referindo o número de habitações a demolir. Sublinhou a estação técnica (700 m em plano) a situar em Brandara, que o TGV só circulará de dia e 8 vezes em cada sentido. Referiu que brevemente será apresentado o estudo de impacto ambiental e que dentro de dois meses será apresentada a avaliação pública do projecto.
- Por muito que ponderemos sobre esta questão e sobre as vantagens do TGV Porto - Vigo, apenas encontramos uma com alguma consistência: com o TGV o Aeroporto Sá Carneiro poderá tornar-se na grande plataforma aeroportuária do Noroeste Peninsular, potenciando a tendência que tem sido crescente no passado recente, ou seja, de se tornar o aeroporto de referência para os galegos. De resto, nada: em termos económicos, um desastre; benefícios para as populações portuguesas, nada; contributo para o desenvolvimento do Minho, muito reduzido ou nenhum!
- O PSD de Ponte de Lima avança com a discussão desta temática, com um Colóquio/Debate sobre o TGV, no próximo dia 17 de Abril (sexta-feira) de 2009, às 21.00 horas, na Auditório da Assembleia Municipal, em Ponte de Lima. Os oradores serão: Paulo Morais, Professor Universitário, Luís Rocha, Economista e Horácio Faria, Engenheiro do Ambiente.
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terça-feira, abril 14, 2009
A discussão em torno do TGV