quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Confirmada a Urgência em Ponte de Lima

Parece estar confirmada a continuidade de um serviço de urgência em Ponte de Lima, a crer no documento apresentado recentemente pela comissão de peritos, nomeada pelo Ministério da Saúde. Apesar do Ministro ainda poder efectuar algumas alterações, Ponte de Lima figurava na proposta inicial, sujeita a inquérito público, e permanece neste novo documento. No entanto, e relativamente ao Alto Minho, este sugere-nos as seguintes reflexões:
1. Continua por definir o local onde ficará situado o serviço: hospital ou centro de saúde. Continuamos a sustentar que este pormenor pode fazer toda a diferença, embora estejamos a falar de dois espaços praticamente contíguos. A saída da urgência do hospital pode arrastar, a curto ou médio prazo, à perda de influência deste no contexto da saúde local e distrital, o que poderá levar ao seu encerramento. A diminuição crescente dos serviços ali prestados, leva-nos a termer isso mesmo. No entanto, é evidente que a actual urgência não tem as condições mínimas necessárias para dar resposta às necessidades, pelo que necessitará de uma intervenção de fundo ao nível do seu dimensionamento e condições de funcionamento, questão que, aliás, também se coloca com o Centro de Saúde, onde não existe espaço apropriado para o efeito.
2. O distrito de Viana do Castelo ficará servido por três serviços: 1 médico cirúrgico, no CHAM de Viana e dois serviços básicos em Monção e Ponte de Lima. Com esta configuração, várias serão as freguesias do distrito que ficarão a mais de uma hora do serviço mais próximo, com especial realce para algumas de Melgaço, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca;
3. A passagem do serviço básico de Valença para Monção veio de encontro aos anseios de José Emílio Moreira, presidente da autarquia monçanense, veio dar equilíbrio à localização (meio caminho entre Valença e Melgaço), mas deixou desprovida de qualquer serviço, talvez a mais movimentada fronteira de Portugal e ponto de chegada de um importante itinerário rodoviário (A3).
4. Um habitante de Valença ou de Sapardos (V. N. Cerveira) hesitará seriamente entre recorrer à urgência de Monção ou Ponte de Lima, tendo em conta as facilidades de comunicação com esta última. Terão os sábios pensado nisto? Além disso, um acidente para lá do nó de Sapardos da A3 levará o sinistrado até Monção. Não será um contrasenso? E estará o Ministério da Saúde a pensar nestes aspectos ao dimensionar a urgência de Ponte de Lima?
5. Encerrar por encerrar não é solução, nem é o melhor caminho para poupar alguns euros. Aliás, não é retirando confiança e segurança à população que se resolve o déficit do País.
O distrito de Viana do Castelo sempre foi periférico, sempre esteve com níveis de desenvolvimento de regiões do interior. Com esta fúria de encerramentos cegos, fruto do entusiasmo de lacaios de um governo que venceu as eleições dizendo-se socialista e sem colocar estas questões, preto no branco, no seu programa, vamos deixar de estar na periferia, para cairmos num profundo buraco!