Vamos a factos...
1. A Região do Minho-Lima tem 250 000 habitantes. O Vale do Lima tem um total de 170 641 (Arcos de Valdevez - 24 761; Ponte da Barca - 12 909; Ponte de Lima - 44 343; Viana do Castelo - 88 628). Por seu lado o Vale do Minho tem um total de 79 632 habitantes (Caminha - 17 069; Melgaço - 9 996; Monção - 19 957; Paredes de Coura - 9 571; Valença - 14 187; Vila Nova de Cerveira - 8 852).
2. O Vale do Minho, por si só, não pode constituir uma Comunidade Urbana; O Vale do Lima sim, pois cumpre os requisitos da Lei - continuidade geográfica e um mínimo de 150 000 habitantes.
3. De todos os municípios do Vale do Lima, apenas Ponte de Lima não levou à Assembleia Municipal a ratificação da adesão do município à Comunidade Urbana do Vale do Lima, o que só poderá acontecer na reunião de Dezembro.
4. Vários acontecimentos, mais do campo do "fait-divers", marcaram os últimos tempos, conduzindo a um distanciamento entre o Presidente da Cãmara Municipal de Ponte de Lima e o Presidente do C.A. da Valima. As declarações de Daniel Campelo sobre a fábrica de cromagem que está a ser instalada em Tabaçô, afirmando que recusou essa unidade em Ponte de Lima (recusou a fábrica mas os pretensos efeitos nocivos da mesma mantêm-se pois fica situada a montante da sede do concelho); o "número" dos Vereadores da C. M. de Ponte de Lima, "indignados" com a forma como foi organizada a inauguração do IC28, protesto que farão chegar até à Valima através de, calcule-se, Daniel Campelo.
5. Preocupação permanente de Daniel Campelo em demarcar-se da política do actual Governo (nunca é demais lembrar que o seu partido faz parte da coligação, e que o próprio autarca de Ponte de Lima é presidente da Assembleia Distrital do PP), antes se posicionando junto das tradicionais vozes da oposição (as do PS são as mais audíveis): caso do PRASD em que Daniel Campelo foi o promotor e anfitrião da reunião de todos os autarcas do distrito; caso do PIDDAC de Viana do Castelo, com declarações sucessivas que culminaram na entrevista de hoje ao JN.
Tudo isto leva-nos a colocar as seguintes questões:
a) Estará nas cogitações de Daniel Campelo a não adesão à Comunidade Urbana do Vale do Lima, aderindo à Comunidade Intermunicipal do Vale do Minho, deitando por terra qualquer hipótese de associação no Lima pois provoca a descontinuidade geográfica dos restantes concelhos?
b) Estarão as ambições políticas de Daniel Campelo direccionadas para outro espaço político/partidário, que não o da coligação PSD-CDS/PP?
c) Estaremos à beira de um terramoto político em Ponte de Lima, onde a coberto do mais demagógico populismo - a defesa das populações, estará em curso a mais espectacular cambalhota de sempre da política limiana, perante a serenidade e impavidez dos responsáveis locais e distritais do PP?
Depois de termos parado para pensar, resta-nos esperar para ver!