O Vereador e a Feira
Sem qualquer explicação sobre as razões nem a forma, o Vereador com o pelouro da feira entregou a "pasta" ao Presidente ou este retirou-lha. Com um ou outro protagonista, tal como aconteceu nas últimas décadas, o mais certo é que mudem as caras mas a feira fique na mesma. E como entendemos que o nome do Vereador ou do detentor do pelouro é secundário em todo este processo (embora fosse importante saber as razões da mudança...), vamos abordar mais uma vez, a problemática da feira quinzenal de Ponte de Lima, talvez a mais antiga do país.
Durante séculos a funcionar no areal fronteiro a Ponte de Lima, é um dos ex-libris de Ponte de Lima. Ao longo de todo este tempo foi sofrendo pequenas transformações na sua organização, grande parte deles motivadas pelo seu crescimento e pelos sinais dos tempos, expressos na variedade e tipologia dos expositores. Desde o 25 de Abril assim continuou. A feira pouco mudou apenas alargou, ocupando cada vez mais espaços, invadindo toda a zona ribeirinha.
A maior transformação estrutural aconteceu recentemente, com a deslocalização da feira do gado para S. João.
Com a feira do gado em S. João a feira ficou "partida", com dois núcleos desconexos. No primitivo local, sem condições de exposição, sanitárias e para os compradores, tudo ficou na mesma; na nova feira do gado, excelentes condições de exposição e trabalho.
S. João sempre foi a grande oportunidade para a feira do futuro e não pode constituir apenas um escape para a feira do gado. A feira deve ser orientada para aquela zona, organizada de forma diferente, limitados os lugares e dadas condições dignas a quem vende e a quem compra, sempre a montante da ponte e enquadrada no projecto de valorização das margens do Rio Lima, revitalizando também a degradada Alameda de S. João.
Desta forma evitar-se-ia o medieval, incompreensível e lamentável constrangimento do centro histórico, que prejudica quase toda a gente.
Em suma, uma nova feira, para novos tempos!