sexta-feira, junho 23, 2006

A CULTURA DOS NÚMEROS E OS NÚMEROS DA CULTURA

A actividade cultural melhorou em Ponte de Lima nos últimos anos. Os números de partida eram de tal maneira incipientes que não seria muito difícil elevar o nível, tanto no campo quantitativo como no qualitativo. Hoje temos um panorama cultural e dinâmica diferentes, propulsionados pelo aparecimento de novas e revitalizadas infra-estruturas, como são o caso do Teatro Diogo Bernardes, Auditório Municipal, Torre da Cadeia Velha, Capela das Pereiras, Paço do Marquês, Museu Rural, Museu dos Terceiros, Casa de Além da Ponte, Biblioteca Municipal, Arquivo Municipal, e a promoção de diversas iniciativas culturais de rua – Feira do Livro (urge repensá-la), concertos de ar livre, festival de ópera, etc. O panorama editorial de autores limianos ou de obras sobre Ponte de Lima animou-se bastante nos anos mais recentes, sendo o nosso concelho aquele que mais dinâmica editorial tem demonstrado, muito pelo apoio dado pelo Município a novas edições.

O que não me parece correcto, nem oportuno é reduzir a cultura a meros números, como o fez recentemente o pelouro da cultura limiano. Isso não chega, podendo ser mesmo o caminho mais pernicioso e mais enganador. Não é fácil conquistar públicos para a cultura, mas mais difícil é ainda se o critério for a quantidade e não a qualidade. É precisamente neste particular que ainda há muito trabalho a fazer. A qualidade e a democraticidade no acesso à cultura são passos que ainda não foram totalmente dados e que urge dar, para que a cultura não seja uma “quinta” de alguns, quando é necessária como o pão para a boca para todos.