quarta-feira, abril 05, 2006

TEMA TABU

O areal fronteiro à marginal é um tema tabu em Ponte de Lima. Raramente se discute, não se vislumbram soluções para uma das zonas mais degradadas e descuidadas do centro histórico. É complicado e polémico, por isso não se discute. Vão-se fazendo pequenas intervenções, sem projecto nem discussão, apostando-se nos apetecíveis "factos consumados" tão do agrado do município. O areal (que já não o é) mudou muito nos últimos anos. E se mudou, foi fruto de alguma ideia ou estratégia que ninguém conhece e que ninguém até agora discutiu. É pena, porque é pacífico que tal como está não serve, que alguma solução tem que ser dada ao estacionamento, porque não é concebível que continue a circulação junto da ponte românica, porque não é correcto continuar a autorizar o estacionamento nas suas imediações. Aquele monumento já deveria ter um perímetro de segurança. Mas o que se faz é precisamente o contrário. É criar condições para a circulação e o estacionamento debaixo, ao lado e nas proximidadesw da ponte, sem nenhuma preocupação estética e de preservação de um dos grandes "ex-libris" de Ponte de Lima.
Outra das grandes questões tabu, relacionadas com o mesmo espaço é a feira. Já aqui abordada, foi agora trazida para a "frente" pública de discussão por Manuel Pires Trigo. E muito bem. A feira já não é o que era, está descaracterizada, o seu peso na economia local é praticamente nulo, o comércio local não tira dela grandes benefícios, os produtos e produtores locais são cada vez menos, está muito dispersa por zonas diversas da vila, algumas deles gritantemente desadequadas como a Avenida dos Plátanos e o Passeio 25 de Abril, condiciona muito e sem necessidade o acesso, circulação e estacionamento na vila, em suma, não serve Ponte de Lima da forma como devia servir.
Então, o que está em causa?
Em causa está, em primeiro lugar, a localização da feira. As fotos da feira no actual local são vistosas mas não correspondem aos nossos tempos. O local não tem condições. A feira do gado seria extinta se não fossem criadas condições de higiene para a sua concretização. A feira também não tem essas condições, como condições não tem para a circulação das pessoas e correcta organização da exposição. Não vejo, no futuro, a feira naquele local, espero é que não seja condicionada definitivamente a sua saída pelas obras que se vão realizando em S. João, local ideal para a albergar. Já agora, e enquanto o assunto não merece prioridade, porque não mudar o espaço da feira que nestes momentos ocupa a Avenida dos Plátanos (que mal lá fica e que prejuízos pode significar para aquele espaço), e se instala na Alameda de S. João, ligando e articulando a feira do "areal" e do Passeio 25 de Abril à feira do gado?