quinta-feira, março 16, 2006

OS GRANDES EQUÍVOCOS

Até ver, arrisco-me a referenciar como grandes equívocos dos quatro mandatos de Daniel Campelo, no campo das obras públicas, o Mercado Municipal, o edifício do Turismo e a Feira do Gado. O Mercado Municipal com a sua arquitectura vanguardista de ruptura com o tradicional, com materiais inovadores que tornaram, por si só, a obra, no mínimo, discutível. Mas o pior é a falta de funcionalidade e de vocação para aquilo que efectivamente é – mercado. Depois das expectativas criadas, a frustração dos que investiram naquele espaço é enorme, não vendem, não têm clientela, os espaços são desconfortáveis e pouco convidativos a compradores. Muitas lojas estão permanentemente “às moscas” e outras devolutas. As dificuldades que são colocadas aos cidadãos portadores de deficiência motora ou mesmo aos mais idosos só vieram confirmar a falta de vocação pública do espaço. Um verdadeiro “bluff” nunca assumido nem remediado!
Já o edifício do turismo, vulgarmente apelidado de “micro-ondas” é uma obra de arquitectura que, e esta é uma opinião muito pessoal, nunca me agradou. O problema é que não está a servir para as funções para as quais foi delineada. Pouco acessível, pouca visibilidade da sua vocação, tornam-na triste e abandonada. Já tinha reparado que a loja de turismo de Ponte de Lima é ali, no micro-ondas?
Para finalizar a feira do gado. Sem colocar em causa a nobreza da actividade pecuária e a sua importância na economia do Alto Minho, julgo que não se coaduna com a nobreza do local encontrado para a Feira do Gado. Além disso, tendo em conta o movimento bovino e caprino da feira quinzenal de Ponte de Lima, está claramente sobredimensionada. Os certames que a autarquia se propõe realizar anualmente não justificarão tão grande dimensão, investimento e custos de manutenção, a sua polivalência para outro tipo de actividades ainda está por provar. Ainda é cedo para formular juízos definitivos, mas que não se augura retorno para o investimento, lá isso não.