AÍ ESTÁ UM EXCELENTE DEBATE: O FUTURO DO CENTRO HISTÓRICO DE PONTE DE LIMA
Os últimos dias têm sido polvilhados por algumas intervenções públicas sobre o futuro do centro histórico de Ponte de Lima, um debate que se quer e deseja alargado e que deve ter um interveniente essencial: a Câmara Municipal. A Junta de Freguesia de Ponte de Lima definiu este tema como central para o corrente mandato, por entender ser este talvez o maior problema com que se debate na sua área de intervenção. Surgiram agora algumas vozes sobre o mesmo tema e, mais do que procurar quem tem ou não razão, mais do que argumentar ou contra argumentar, essencial é trazer o assunto para a primeira linha da actualidade, fazer um levantamento exaustivo dos problemas e dasafios daquele espaço da zona urbana e, sobretudo, projectar o futuro com as necesárias soluções.
Por estas razões, parece-me importante chamar a atenção novamente para uma projectada medida do município, para a zona histórica de Ponte de Lima: a limitação de estacionamento na Rua Inácio Perestrelo, Passeio 25 de Abril e Largo de Camões. Não pela medida em si, que não me levanta grandes objecções, mas por aquilo que ela poderá significar ou arrastar no futuro. A limitação de circulação e estacionamento no centro histórico de Ponte de Lima deve ter limites. E esses limites são os da acessibilidade, ou seja, a facilidade em chegar àquela zona e a facilidade de estacionar. Quando estas vantagens competitivas terminarem, termina a já reduzida vivacidade daquele espaço. E as consequências são muito nefastas. O grosso do tecido comercial limiano, o tradicional, está instalado na zona baixa da vila de Ponte de Lima. O ambiente é, actualmente, de crise: os serviços abandoram a "baixa" (excepção feita à Câmara Municipal), a concorrência nas zonas novas é grande, as médias e grandes superfícies (cada vez mais e maiores) secam tudo à sua volta. A depressão é tremenda, não há luz ao fundo do túnel, a tendência será para piorar ainda mais o actual estado das coisas. É fundamental manter o acesso e o estacionamento na zona baixa de Ponte de Lima, a todo o custo!
Como é fundamental revitalizar o centro histórico. Com medidas de atracção de pessoas, com atractivos que o tornem mais procurado, visitado e frequentado, não apenas ao domingo à hora de almoço mas durante todo o fim-de-semana e nos dias de semana.
Outro desafio enorme é o da desertificação e a degradação. A zona ribeirinha e os espaços tradicionais de Ponte de Lima estão muito degradados e desertos. A degradação crescente dos edifícios torna-os inabitáveis e, gradualmente, as pessoas procuram outras zonas e outras casas. Os programas de recuperação de habitação degradada devem ser mobilizados para este desígnio, os construtores limianos deveriam ser incentivados a investirem também na recuperação de habitações. Depois seria o momento de incentivar os jovens, sobretudo esses, a optarem por uma habitação no centro histórico. Seria aumentada a circulação de pessoas, seriam animados os estabelecimentos comerciais, dar-se-ia uma nova vida a Ponte de Lima. A actual política de expansão urbanística, além de fomentar o abandono das habitações do centro de Ponte de Lima, está a provocar uma grande rotatividade entre os mais antigos e modernos blocos de apartamentos, fomentando-se o aparecimento de blocos e zonas mais degradadas.
Voltaremos ao assunto...