domingo, março 05, 2006

O DIA DE PONTE DE LIMA

A discussão em torno do feriado municipal de Ponte de Lima está de novo lançada. O deputado municipal Dr. Francisco Abreu Lima propôs a alteração da data de 20 de Setembro para 4 de Março, Dia de Ponte de Lima e aniversário da fundação da vila. Nada me move contra a mudança, apenas desejo um amplo debate sobre a mesma que deve merecer um vasto consenso no concelho.
Este ano não houve condecorações. Mas o programa foi interessante e com valor: inauguraram-se dois importantes equipamentos no campo da educação, desporto e lazer: o Centro Escolar da Ribeira e as Piscinas de Freixo. O Centro escolar está bem concebido, harmonioso na distribuição dos espaços e soube preservar a tradição com a recuperação do edifício primitivo da escola primária da Ribeira. Foi também apresentado a nova logo-marca de Ponte de Lima “Terra Rica da Humanidade”, uma nova forma de ver Ponte de Lima. Gostei. Foi inaugurada a galeria dos presidentes da câmara de Ponte de Lima, uma lacuna que agora está preenchida. Finalmente foi lançada uma nova obra, desta feita das poesias de Américo Carneiro, outro vulto das letras limianas, dando continuidade à mais bem sucedida área da actividade cultural de Ponte de Lima: A edição e recuperação das grandes figuras da cultura limiana. Um reparo, o preço não é acessível a todas as bolsas, quando a cultura, o conhecimento e a rica história de Ponte de Lima devem estar acessíveis a todos.
Esta obra, cuja organização esteve a cargo do Dr. José Cândido Martins, veio também confirmar os dotes deste limiano na recuperação das obras mais importantes das nossas letras. Um trabalho de grande qualidade e relevância que deve ser sublinhado e reconhecido, que surge depois do de António Feijó.
O Presidente da Câmara Municipal, Daniel Campelo, quando discursava na presença da Ministra da Educação sobre o reordenamento da rede escolar, afirmou ser a educação a primeira prioridade do município, à qual dedica 35% do seu orçamento, e insurgiu-se contra os cadeados e bandeiras negras – uma referência à Gemieira – sublinhando a sua concordância com a política do governo no campo do reordenamento da rede escolar. Esta é uma posição clara sobre esta questão, que está a merecer um largo consenso na sociedade limiana, designadamente por parte dos principais partidos políticos. Como se pode agora verificar, não havia razões para as afirmações dúbias e bi-polares do Município perante a contestação da Gemieira. Afinal concordam com o encerramento daquela escola que, na melhor das hipóteses, adiou por um ano o seu encerramento. Não posso, por isso, concordar quando Daniel Campelo admite a necessidade de encerrar escolas do 1º CEB e, ao mesmo tempo, admite reabri-las no futuro caso voltem a reunir as condições impostas pelo Ministério da Educação e as desejáveis para as crianças. Este processo não tem retorno, Senhor Presidente, tem como objectivo melhorar as condições de trabalho e aprendizagem das crianças e não se compadece com demagogias e interesses políticos locais.