O avanço da Valimar e a fuga do PS
Se dúvidas havia relativamente à posição política do PS relativamente à constituição das comunidades urbanas, todas elas ficaram dissipadas na passada sexta-feira. As assembleias municipais aprovaram a adesão dos municípios de Caminha, Ponte de Lima e, estranhamente, o PS abandonou as respectivas salas, virando a cara à luta e às suas convicções, se é que existiam, deixando que tudo acontecesse na maior das normalidades. Foi uma posição estranha e incompreensível. Estranha porque todos pensavam que o PS teria uma palavra importante a dizer ao distrito, relativamente ao futuro, ou seja, como vai ser a coabitação entre as duas comunidades previstas e que esperanças restarão quanto a uma hipotética fusão, repondo a unidade do distrito que todos desejamos. Mas não. Apoiando-se num expediente burocrático abandonaram, invocando atitudes anti-democráticas mas exercendo a mais punitiva atitude que pode existir: virar as costas à luta, fingindo que nada acontece e deixar correr...
Agora temos uma comunidade urbana forte, com dinâmica reconhecida no vale do Lima e frente atlântica, ficando uma comunidade debil no vale do Minho, sem acesso a fundos do orçamento de Estado, com dinâmicas inferiores e politicamente fragilizada. O que agora se pode esperar é que a luz desça rapidamente sobre as cabeças dos políticos regionais, no sentido de se abstrairem de guerrilhas pessoais e partidárias, enveredando por um caminho de entendimento que só pode levar aos interesses das populações e do desenvolvimento.
Só com um distrito unido, a partir da Valimar, se poderá agora pensar em projectos que estão partidos pela política mas que beneficiarão todo o distrito. Estão neste caso o IC1 até Valença, a via trnsversal até Paredes de Coura, o próprio Centro de Estágios de Melgaço, que só será viável se for assumido como uma mais valia de todo o distrito e não apenas do concelho em que está implantado.