ONDE ESTÁ A COERÊNCIA? E A SOLIDARIEDADE?
Muito se tem falado da instalação na zona industrial de Tabaçô, em Arcos de Valdevez, de uma unidade industrial que se dedicará à cromagem de componentes automóvel, tendo gerado forte controvérsia devido a eventuais problemas ambientais e de saúde pública que essa unidade poderá provocar, tendo por esses motivos sido recusada a sua instalação noutros países. Recentemente, soubemos também que a instalação dessa mesma unidade foi recusada pelo Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima daniel Campelo.
Os receios das associações ambientalistas e das populações são legítimos, como são também legítimos os argumentos da Câmara Municipal dos Arcos de Valdevez, baseados em pareceres e estudos técnicos. O que parece menos legítimo, para não falar de oportunismos político-partidários, é o facto da polémica ter estalado com a fábrica em adiantado estado de construção e instalação. Parece que, assim, os dividendos políticos serão maiores e os custos políticos para o outro lado da barricada serão também mais acentuados.
Mas um outro aspecto deve ser ponderado, pela sua importância e irresponsabilidade das medidas tomadas. O Presidente da Câmara de Ponte de Lima recusou a instalação da industria no seu concelho porque entendeu que esta não preenchia os requisitos essenciais de segurança para o meios ambiente e para as populações. Só assim se compreenderá esta atitude. No entanto, não salvaguardou os possíveis efeitos nocívos da instalação dessa unidade já que, ao ficar instalada num concelho contíguo, os efeitos mantém-se e perdem-se as vantagens ao nível económico da sua instalação. Era para isso que esperavamos que servisse a Valima e o bom entendimento entre os autarcas do Vale do Lima. Era nestas situações que gostaríamos de ver na prática a solidariedade entre os autarcas que com tanto empenho pugnaram pela Comunidade Urbana do Vale do Lima. Tal não aconteceu e, com as declarações de Daniel Campelo ficou em maus lençóis o seu amigo Presidente da Câmara dos Arcos de Valdevez e também os limianos, que a jusante de Tabaçô ficam com os eventuais efeitos da fábrica e sem os postos de trabalho que esta irá gerar. Pobre destino...