domingo, setembro 21, 2003

O despertar em Ponte de Lima foi feito já no meio da polémica. As manhãs dos dias das feiras Novas são atravessadas pelo caminhar cambaleante daqueles que não resistiram a uma noite de alegria, confraternização e copos. O espectáculo chega a ser degradante e, na sua esmagadora maiorria, são os jovens os seus protagonistas. A reflexão e a constatação dos factos tem sido feita ano após ano, mas os problemas mantém-se. Urge pois reflectir, levar até às últimas consequências essa reflexão e evitar que, um dia, as Feiras Novas sejam apenas conhecidas pelos maus motivos. Esta é uma festa do povo, que se orgulha em preservar as tradições, dando-lhe um cunho castiço que atrai todas as gerações de Norte a Sul do País. esta á a raiz das Feiras Novas e é aqui que devemos centrar a análise. Mas, nos últimos anos, as feiras Novas são também um polo de atracção da Juventude, tendo-se criado um ambiente que os motiva a demandar Ponte de Lima, ambiente que, no entanto nada tem a ver com a raiz essencial das festas.
Contudo, creio que é possível manter estes dois traços mais distintivos das nossas festas, porque os dois são elementos estruturantes do espectáculo popular, não programado, feito pelas pessoas que vêem às festas e não preparado pela organização. Mas só com regras bem definidas, aceites e implementadas por todos será possível parar e inverter um caminho que, inevitavelmente, levará à descaracterização das Feiras Novas.