Críticas injustas
Em entrevista recente ao semanário "Cardeal Saraiva", o presidente da EDL acusou o Município de Ponte de Lima de não ter uma política para o desporto, queixando-se do facto de não serem disponibilizados ao clube os espaços de que necessita.
Entendemos que estas críticas são injustas, pelas seguintes razões:
1. Desde o arranque do regime democrático, o desporto foi um dos parentes pobres da gestão municipal. As consequências sempre estiverem bem à vista: Ponte de Lima não foi, durante muito tempo, um concelho onde a formação, o desenvolvimento e o sector competitivo desportivo tivessem grande expressão, em número de praticantes e resultados de relevo. A construção das primeiras infraestruturas (Pavilhão e Piscina Municipais), permitiram o alargamento da oferta de modalidades, sobretudo ao Hóquei em Patins, Basquetebol e Natação. Resultados de relevo foram apenas obtidos no basquetebol feminino, embora esporádicos.
2. A construção do Centro Náutico de Ponte de Lima foi a primeira medida de fundo, capaz de catapultar um clube e uma modalidade. Os resultados estão hoje à vista: com condições físicas, com gente capaz, o Clube Náutico de Ponte de Lima tem o céu como limite...
3. Com a chegada de Franclim Sousa ao pelouro do desporto, muita coisa tem mudado: em primeiro lugar verifica-se uma aposta clara, objectiva e empenhada na construção de infraestruturas desportivas, capazes de projectar a formação em diversas modalidades: em primeiro lugar o futebol, com a construção de relvados sintéticos, onde a possibilidade de desenvolvimento e crescimento dos atletas é muito maior. Somos o concelho do distrito com mais campos sintéticos e os resultados desta aposta surgirão, seguramente, na próxima década. Por outro lado, vários pavilhões gimnodesportivos foram construídos no concelho, possibilitando a prática desportiva noutras zonas e o alargamento da oferta do número de modalidades. A construção de uma nova nave no Pavilhão Municipal é uma solução adequada para a sede do concelho, que já possui outros dois pavilhões (EB23 António Feijó e Escola Secundária) e tem outros três a poucos quilómetros (EB 23 de Arcozelo, EBI da Correlhã e Fontão). Esta nova nave alargará a oferta de espaços e tempos disponíveis.
4. Alargou-se, por outro lado a oferta de polidesportivos, remodelou-se a piscina municipal e construiu-se um tanque de aprendizagem em Freixo. Esta aposta nas infraestruturas é decisiva para o futuro desportivo do concelho e muito mais rentável do que apoios financeiros para fins incertos. Não há desenvolvimento desportivo sem infraestruturas capazes e, neste particular, o concelho caminha no bom sentido.
5. O que efectivamente falta na área do desporto no nosso concelho é uma equipa especializada para gerir esta área. Aqui as críticas fazem todo o sentido pois só com gente especializada e sabedora é possível almejar a mais e melhor.
Por estas razões nos parecem injustas as críticas de João Barreto à política de desporto do Município porque, por aquilo que temos visto no passado, nunca tanto se fez em tão pouco tempo.