quarta-feira, janeiro 16, 2008


Os comerciantes limianos não gostaram nada de saber que o Município acedeu à pretensão dos feirantes em manter a feira quinzenal no dia 24 de Dezembro, véspera de Natal e dia de Consoada.
Esta e muitas outras questões vêem, relacionadas com a problemática do comércio tradicional em Ponte de Lima, devem ser devidamente discutidas no concelho.
A crise não é uma miragem, mas sim uma evidente realidade. Não a podemos ignorar, mas sim enfrentá-la, assumindo os erros e implementanto medidas tendentes a minimizar os seus efeitos.
Com a questão da feira, assente na notícia publicada no JN, pretendemos dar início a um debate que deve mobilizar os limianos nos próximos tempos.

A Feira na véspera de Natal provoca revolta no comércio limiano


A polémica estava já instalada. Mas a notícia do JN veio provocar ainda maior revolta:

Cerca de meio milhar de feirantes vão assentar arraiais no areal junto ao rio Lima, na vila de Ponte de Lima, na próxima segunda-feira, para a realização da feira quinzenal, que inicialmente esteve para ser antecipada para hoje. Devido ao facto de o certame calhar na véspera de Natal, a Câmara Municipal local quis antecipá-lo, mas a Associação de Feirantes do Distrito do Porto (AFDP) bateu o pé e convenceu a autarquia a mantê-lo na data, com o argumento de que irá assumir por completo a sua realização, incluindo a limpeza do recinto.
"Queremos fazer uma feira-festa de Natal", justifica Manuel Peixoto, da AFDP, explicando que após longas negociações com a Câmara de Ponte de Lima, os feirantes lograram que a feira quinzenal das segundas-feiras na vila se mantivesse na data ditada pelo calendário, apesar de os serviços camarários encerrarem para gozo da ponte decretada pelo Governo, devido ao Natal.
"Atendendo às dificuldades que todos atravessamos sentimos necessidade de aproveitar esta mais-valia, aproveitando a feira na véspera de Natal, já que ao ser antecipada iria penalizar muito os feirantes", afirma, argumentando "Vamos fazer uma feira festiva aproveitando os emigrantes que estão cá, os sazonais que estão a trabalhar fora, etc".
Esta feira especial de Natal durará até às 17h00, hora em que o recinto deverá ser abandonado pelos vendedores, deixando-o completamente limpo. "Assumimos toda a responsabilidade do desenrolar da feira, inclusive a limpeza", revela Manuel Peixoto, esclarecendo que as operações deverão ser realizadas por uma equipa da AFDP com recurso a viaturas da Câmara Municipal de Ponte de Lima.
(JN, 2007/12/21)

Pelo que verificamos, tudo correu a contento na limpeza da feira. Cerca das 17h30 tudo estava limpo e o areal praticamente desimpedido.
Mas o que causou maior perplexidade junto dos comerciantes locais foi a cedência do município à pretensão dos feirantes, em querer realizar a feira no dia de consoada. Não foi ouvida a voz dos comerciantes, em detrimento da dos feirantes, que assumiram o trabalho de limpeza do recinto.
Uma pergunta se impõe: de que lado está o Município, quando são divergentes os pontos de vista e interesses dos feirantes e dos comerciantes locais?