quinta-feira, janeiro 17, 2008

Não será para levar a sério?


Podemos concordar ou discordar. A opinião pessoal é legítima e o respeito pela opinião alheia é um dos pilares da democracia e da sã convivência democrática. Neste espaço, sempre demonstramos total abertura e respeito pela opinião dos outros. Só assim faz sentido um blogue. Continuaremos a fazê-lo, procurando que da discussão se possa fazer luz.

Procuramos, como sempre o fizemos, valorizar o que de bom tem sido feito neste concelho e denunciaremos os problemas com que o mesmo se debate. As opiniões aqui expressas só a nós nos comprometem e serão sempre devidamente fundamentadas.

Os problemas com que se debate o comércio local não são qualquer ficção. São reais. E o respeito pelos consumidores e os direitos dos consumidores serão sempre salvaguardados. Não podem é sobrepor-se ao de outros grupos, devendo ser analisados a um mesmo nível. O comércio é a base da economia local. Escamotear esta questão pode conduzir para uma visão distorcida da realidade.

De facto a economia deve funcionar. Esta perpsectiva liberal da economia adapta-se perfeitamente aos nossos tempos e ao sistema económico global. Mas o papel regulador do estado e das Instituições ainda não foi abolido e é neste espaço que é fundamental que sejam olhados de outra forma os direitos dos cidadãos, quer eles sejam consumidores, quer eles sejam comerciantes.

Podemos não gostar das pessoas, da forma de estar ou de agir, de vestir ou de falar. Mas, quem desempenha cargos públicos ou quem emite opinião, tem que se abstrair de julgar as características pessoais, avaliando o trabalho realizado. O comércio e os comerciantes não são mais um elemento da estrutura económica local. Se foram importantes no passado, se foram valorizados no passado, se foram o grande garante do emprego no concelho no passado, porquê ignorar isso agora?

Esta é a notícia publicada no JN de 28 de Dezembro, sobre o verdadeiro estado em que se encontra o comércio português. Ponte de Lima não foge a esta crise e vê os seus efeitos ampliados devido a um conjunto de factores locais, profundamente analisados e listados no trabalho realizado pela Assembleia de Freguesia de Ponte de Lima, cujo link está disponível nesta página.
Por cá, o Presidente da Associação Empresarial reclama a sede da nova Região de Turismo para Ponte de Lima. Será esta a sua prioridade?

Comércio abre época de saldos no fim do "pior ano de todos"

O sector do comércio perdeu 20 mil empregos nos primeiros seis meses deste ano. E voltará a perder "dezenas de milhares de empregos" em 2008, devido à desregulamentação do sector, que permite a abertura massiva de grandes superfícies. O alerta é do presidente da Confederação do Comércio de Portugal (CCP), que olha com "preocupação" para os saldos que hoje começam e se prolongam até 28 de Fevereiro. Para a Deco, o momento é para aumentar o controlo dos estabelecimentos, uma intenção que a ASAE garante ter na agenda, preparando-se para reforçar inspecções.

A antecipação dos saldos criada pela nova legislação (ver caixa), lamenta José António Silva, da CCP, "retirou ao pequeno comércio 10 a 15 dias de venda com margens positivas", forçando os comerciantes - para não perderem mais clientes face às grandes cadeias - a vender "sem lucro ou com prejuízo" muitos artigos que não saíram dos armazéns ou prateleiras nos últimos meses.

Para o responsável, este vai ser "o pior ano de sempre" para o comércio tradicional, que perdeu até Junho 20 mil empregos - tantos quantos os que viu ser extintos em todo o ano passado. José António Silva garante que a ausência de regulação - com grandes superfícies comerciais a abrir constantemente - agrava o "desequilíbrio" que afecta o comércio tradicional, pelo que 2008 vai ser "pior ainda". "Tenho a certeza que vão fechar milhares de estabelecimentos, deixando dezenas de milhares de pessoas desempregadas", alerta, lembrando que desde 2005 se perderam 54 mil empregos no comércio.

Mas se, pelo contrário, para muitos portugueses os saldos são uma boa notícia, para outros este é também um período de "mais conflitualidade" com os comerciantes que nem sempre cumprem o que a lei estipula, garante Carla Oliveira, da Deco.

"À excepção de obrigar os comerciantes a aceitar pagamentos com multibanco e cartões de crédito nos saldos, a nova lei não trouxe qualquer vantagem para os consumidores", afirma. A ASAE deve, por isso, reforçar as inspecções aos estabelecimentos. Fonte oficial da ASAE garante que a instituição vai estar "especialmente atenta" ao cumprimentos das regras.