O poder é efémero. Em Ponte de Lima, não! (I)
Ponte de Lima é um concelho tradicionalista e conservador. Nos costumes, nas tradições e, porque não, na política. As marcas do passado, de organização comunitária e de hierarquias sociais estão ainda bem enraízadas num concelho que vive no permanente dilema entre o passo para o futuro e o regresso ao passado. É que Ponte de Lima, que tem como seu grande símbolo a sua ponte metade romana, metade medieval, ainda não decidiu em qual dos lados quer assentar a sua estratégia de desenvolvimento e, tranquilamente, repousa exactamente no meio dessa ponte, contemplando o rio, os jardins e o centro histórico, ignorando que é necessário mais para que os limianos possam melhorar o seu nível de vida.
E enquanto para os lados do poder a estratégia de deixar quase tudo na mesma vai resultando, para os lados da oposição continuam os equívocos permanentes, o autismo e a falta de consciência sobre o que é melhor para o concelho. Depois de 30 anos de liderança autárquica centrista, após 13 anos de liderança absoluta de Daniel Campelo, a oposição ainda não entendeu que é fundamental mudar e arejar o poder municipal. E tanto não entendeu que teima em escolher como seu adversário político a própria oposição, enquanto que, para os lados da Câmara Municipal, tranquila e alegremente deixam-se correr as horas porque... amanhã é um novo dia!