quinta-feira, outubro 26, 2006

UM ANO APÓS...

Assinalou-se no dia 10 de Outubro a passagem do primeiro aniversário sobre as eleições que deram origem ao presente mandato autárquico. Por estas datas passam 265 dias sobre a tomada de posse do novo executivo. Com esta "efeméride" terminou o chamado período de "estado de graça", durante o qual é dado o benefício da dúvida a quem referendou um programa, saiu vencedor e tem agora o dever de o cumprir.
Durante esse edílico período de tempo podem até ser permitidas falhas que, noutros momentos, seriam"ferozmente" denunciadas e poderiam fazer correr muita tinta.
Bom momento este para realizar um pequeno balanço da "real politic" limiana, pois estamos convencidos que, daqui em diante, tudo devria ser diferente. Ou talvez não!
O passado não deixa grandes esperanças relativamente à luta política local. É certo que algo mudou à esquerda, com um partido socialista mais interventivo, mais dinâmico e capaz de ganhar protagonismo na cena local. Os próximos meses serão uma verdadeira prova de fogo para o Partido Socialista e também para toda a oposição, pois espera-se o endurecimento da luta e o aparecimento de diversas propostas para o concelho.
Do PSD pouco se espera. Liderado desde 1994 pelos mesmos protagonistas, acumulando derrotas atrás de derrotas e com resultados cada vez mais decepcionantes, não dá sinais de inflexão no seu rumo.
A tranquilidade tem sido a tónica dominante do mandato de Daniel Campelo, pouco sobressaltado com a oposição ou com os problemas municipais. Foi um verdadeiro ano de "estado de graça", apenas salpicado com alguma agitação, embora com consequências pouco evidentes.

Pela positiva registamos a gestão financeira de Daniel Campelo, irrepreensível, num momento em que são colocados em causa muitos autarcas que sobreendividaram os seus municípios e que, agora, enfrentam sérias dificuldades;
O reordenamento da rede escolar, com encerramento de escolas e abertura de novos centros (esperam-se alguns ajustes capazes de melhorar o que até agora foi planificado, pela via da carta educativa);
O cartão social a implementar em Ponte de Lima é uma medida positiva, que pretende beneficiar aqueles que mais necessitam e aqueles que mais contribuem para a o aumento da natalidade;
Finalmente o saneamento e o abastecimento de água foram uma prioridade e as obras avançaram (a oposição já em 1993 chamou a atenção para este déficit na qualidade de vida dos limianos, agora resolvido);

Pela negativa, a teimosia de Daniel Campelo em manter na sua equipa um Vereador que, em conjunto com outras pessoas, foi indiciado por falsificação de documentos e que se livrou de ir a julgamento à custa de um acordo que lhe custou 300 mil contos. A denúncia destes factos foi da CDU, efectuada na última Assembleia Municipal. Esta não encontrou eco nas restantes forças da oposição;
A desvalorização do desenvolvimento económico como factor essencial para a melhoria da qualidade de vida dos limianos - sem emprego não há rendimento disponível, sem dinheiro não se compra em Ponte de Lima e o concelho definha a cada dia que passa. Associados a esta constatação, surgem o fracasso IKEA (Daniel Campelo foi enganado e com ele fomos todos levados na cantiga - só não sabemos de quem, se do residente do Município se do Primeiro Ministro) e o lento arrastar do processo Cobra, que era o céu e parece que caminha para um verdadeiro inferno;
O centro histórico está a ficar muito degradado, deserto e desvalorizado, sendo fundamental um programa para a sua revitalização;
Um multiusos em Ponte de Lima parece surgido de um conto de fadas, sendo necessário meter urgentemente os pés na terra!;
A parcimónia desesperante com que avançam planos fundamentais para Ponte de Lima - o Plano de Urbanização de Ponte de Lima e o Plano das Pedreiras de St. Ovídio e do Monte de Antelas;
Registe-se, ainda pela negativa, a inexistência de uma verdadeira acção social escolar no 1º Ciclo, sobretudo quando facilmente se verifica que ela é mesmo necessária.