Ai o ambiente…
A triste sina do Rio Lima continua. Depois de análises pouco convidativas ao banho nas suas águas, a extracções clandestinas de areia voltaram a ser notícia, designadamente na freguesia da Ribeira. O Molima denunciou mais um caso que as autoridades têm dificuldades em contrariar, voltando à memória dos limianos todos os malefícios e vidas ceifadas pela ganância da extracção daqueles que já foi apelidado de “ouro branco”.
Para os lados da Quinta da Graciosa deu-se o abate ilegal de algumas dezenas de sobreiros que levou à intervenção dos serviços florestais. O mal estava já feito, sempre em nome de mais alguns metros quadrados de construção e de projectos aprovados pelo Município que não respeitam a natureza e a manutenção de espécies arbóreas cada vez mais raras no concelho.
Por fim, as pedreiras de Arcozelo. Um articulista limiano troca a estética da paisagem pelo impacto económico da actividade de exploração de pedra em Arcozelo que esventrou a Serra d’Antelas. Troca, certamente, o presente pelo futuro. Não é um bom caminho. Todos vamos ficar a perder, sobretudo aqueles a quem a ganância do lucro fácil está a cegar, pois vão destruir rapidamente o seu próprio sustento, à custa do bem comum.
A Serra d’Antelas é património do concelho, não um joguete à mercê de quem dele se apropriou. E está a ser o petróleo para alguns (que poucos ou nenhuns impostos pagam) à custa do trabalho (e em que condições!) de muitos.
Regras, ordenamento, direitos e deveres são necessários. Mas enquanto esse trabalho vai sendo realizado, muito lentamente, a Serra continua a desaparecer mesmo na frente dos nossos olhos.