A Gemieira, a escola, os pais e a autarquia. Alguém pensou nas crianças?
Felizmente o bom-senso imperou na Gemieira. Depois de dias de luta contra o encerramento da escola, os pais decidiram enviar os seus filhos para a escola a partir do dia 21 de Setembro. O texto que abaixo segue já estava escrito, mas não deixa de ser pertinente, sobretudo no suporte a uma decisão dos encarregados de educação que só peca por tardia.
Estamos no séc. XXI, o nível de exigência dos portugueses é cada vez maior, os desafios com que nos confrontamos são crescentes em quantidade e complexidade.
Depois de ter ficado bem claro que a autarquia informou no início do ano as gentes da Gemieira que a escola continuaria aberta no presente ano-lectivo, mas deu o dito por não dito porque a carta educativa, entretanto aprovada, previa o encerramento da escola (mas não dizia quando…), naquela freguesia parece que ainda não se pensou nas crianças, na melhoria da qualidade das instalações escolares, nos meios ao seu dispor e nas estruturas de apoio ao ensino, ou seja, num passo em frente de muitos anos em termos sociais e pedagógicos. Não é escondendo a verdade (que a escola teria 30 alunos em vez dos 24 matriculados; que nada ainda se sabe do transporte ou quem o vai pagar) que se ajuda os alunos, envolvidos nesta polémica sem nada terem a ver com ela.
Adiante. Protestar para manter aberta por apenas mais um ano uma escola do séc. passado, sem perspectivas de futuro e com um número de alunos que apenas permitiria a constituição de uma turma com 4 anos de escolaridade, é inglório e pouco racional. O presente mas, sobretudo, o futuro não se compadecem com o romantismo cego de manter uma estrutura que já não serve aos alunos. Porque são eles que vão frequentar a escola, porque são eles o objecto e o centro da educação.