A penhora de bens ao Ministério da Cultura é mais uma das famosas rábulas campelianas, que bem pode vir a tornar-se num génio do teatro contemporâneo. Não da escrita, mas sim da representação. Depois de oferecer dinheiro do município para as obras da urgência do hospital de Ponte de Lima, tal como o fez na reconstrução do Teatro Diogo Bernardes, cuja obra arrancou e foi terminada sem qualquer compromisso de apoio do Governo, compromisso obviamente conseguido muito mais tarde (Orçamento do Queijo ainda está por pagar!), agora no palco da Mesa dos Quatro Abades (era mesmo necessário um pouco de pimenta para agitar uma tradição que, de tão repetitiva, pouco interesse suscita), ameaça penhorar bens do Ministério da Cultura por alegado incumprimento de compromissos anteriormente assumidos.
A diplomacia utilizada na questão da urgência do Hospital e da PSP não foi suficiente para convencer a Ministra da Cultura a pagar o que, pretensamente, deve, os tais 150 000 contos.
E vai rábula…
Obviamente, ficamos à espera da resposta do Ministério da Cultura ou da concretização da ameaça, que surgiu precisamente (será coincidência?) num dos momentos mais infelizes de Daniel Campelo à frente do município, ou seja, o anúncio da localização da fábrica do IKEA fora do nosso concelho, uma pesada derrota para quem deu como adquirido esse investimento, anunciado em devido tempo no auditório municipal..
Parece que regressamos ao antigamente, mas sem o fulgor de outrora. Se a peça tiver sucesso, os cofres do município agradecem. Mas que ficamos sem saber o final da história, lá isso ficamos…