terça-feira, agosto 26, 2008

Clube Náutico limpa margens do Lima

Envolver as crianças em atitudes cívicas e defesa do ambiente, de um dos mais valiosos elementos do património limiano, foram os objectivos que presidiram à acção de limpeza das margens do Rio Lima, levada a cabo pelo Clube Náutico de Ponte de Lima, com a participação de cerca de 150 crianças. Esta verdadeira fábrica de campeões sabe que o Rio Lima é a ferramenta indispensável para a sua actividade, e entende melhor do que ninguém a necessidade de a manter com níveis de qualidade superiores.
O Rio Lima deu tudo a Ponte de Lima: a localização, o nome, via de transporte, comida, água, lazer, trabalho. Parece que, hoje em dia, poucos são os que reconhecem a acção vital do rio para com as gentes desta região, sendo incapazes de avançar e lutar pela sua defesa. O conformismo instalou-se e o encolher de ombros é o gesto de impotência para quem deve zelar pela preservação deste importante activo.
Não é necessário andar muito para trás no tempo para recordarmos a "grande piscina" que era o Rio Lima, espaço de lazer de grande parte dos limianos, a praia que muitos não conseguiam ter noutras paragens; não é necessário recuar muito no tempo para chegar à conclusão que o Rio Lima tinha água límpidas e puras.
Hoje não é assim. E, paradoxo dos paradoxos, depois de construídas estações de tratamento de águas resíduais, depois de instalado saneamento nas principais zonas urbanas ribeirinhas, depois de ter sido colocada ao serviço dos cidadãos uma rede de esgotos capaz e com dimensão, depois de apertadas as medidas de protecção ao ambiente e aos cursos de água, depois de incrementada a fiscalização, eis que o Rio Lima não tem condições para banhos, porque aumentaram as descargas clandestinas, porque existem indústrias nas suas margens ou nas margens dos seus afluentes que enviam directamente para o rio os seus efluentes, que os cidadãos que mais deveriam zelar pela protecção do rio e que mais sensibilidade deveriam ter para com o ambiente, são aqueles que mais barbaramente ferem de morte o rio dos nossos sonhos.
Ponte de Lima, e as suas congéneres urbes vizinhas do Lima, devem pensar seriamente sobre esta questão. O retrocesso civilizacional é notório, um rio que devia ser cada vez mais puro, caminha no sentido inverso das necessidades e dos conceitos actuais.

Sobre esta mesma questão ver também aqui.