quarta-feira, dezembro 19, 2007



Aprovado projecto do multiusos

O Município de Ponte de Lima aprovou, na sua última reunião, o projecto do pavilhão multiusos, que será construído na Quinta da Antepaço, em Arcozelo. Trata-se de uma estrututa polivalente, capaz de albergar espectáculos de diversos tipos, com capacidade total para cerca de 1350 pessoas, sendo que na sala principal poderão estar, sentadas, 750 pessoas. O custo previsto ascende a 7,5 milhões de euros.
Já aqui o referimos e voltamos a dizê-lo. Foi aprovado por unanimidade, reuniu consenso político, arrasta consigo uma aprovação maioritária da população, mas entendemos que Ponte de Lima não necessita de uma infraestrutura deste tipo, em primeiro lugar porque não a consegue rentabilizar e, em segundo lugar, porque constituirá uma sobrecarga enorme para o orçamento municipal, que começa a engrossar no campo das despesas correntes...
Nos últimos tempos, os investimentos municipais foram direccionados para obras de grande vulto, na expectativa de implementar polos de atracção, capazes de dinamizar as actividades económicas, culturais, desportivas e sociais, mas cujos resultados imediatos, ou de médio prazo, não são os mais animadores: O mercado municipal, com custos próximos dos 5 milhões de euros, levou à desertificação da zona e à frustração dos investimentos e expectativas dos comerciantes que lá se instalaram; a Expolima, Feira do Gado e Zona Hípica, onde foram investidos mais de seis milhões de euros, estão a ter uma utilização muito sazonal e, no caso da feira do gado, de frequência média/baixa, o que não inviabilizando o investimento, condiciona uma apreciação mpositiva do mesmo; o Teatro Diogo Bernardes, cuja recuperação custou dois milhões e meios de euros, ainda não é um pólo de dinamização cultural, capaz de atrair públicos diversos com regularidade.
Nesse sentido, e olhando um pouco à nossa volta, com a construção do Coliseu de Viana do Castelo, existência do Multiusos de Guimarães e salas do género de Braga e Porto, parece-nos uma má aposta construir mais do mesmo nesta vila, quando está provado que pode ser na diferença, na alternativa, que está o caminho do sucesso, como se tem verificado com o Festival de Jardins.
Daqui as nossas reticências: no montante a investir e na capacidade de o rentabilizar, em benefício do concelho.
Obviamente, está concedido o benefício da dúvida, porque ainda a procissão vai no adro. Mas que os ventos não parecem favoráveis...