Incêndios fora de horas, meios fora de serviço...
Demoraram muito pouco tempo a surgir os balanços da época de incêndios, que finalizou em finais de Setembro. Todos muito optimistas, alguns realizados em tom festivo tendo em conta o elevado sucesso, traduzido em poucos incêndios, pouca área ardida, mais meios no terreno, melhor coordenação e eficácia no combate.
Concordamos em pleno com o balanço efectuado, sobretudo no que diz respeito à quantidade de meios no terreno e eficácia no combate e coordenação entre os mesmos. Nunca se trabalhou tão bem em Portugal.
O que faltou dizer foi que o tempo ajudou muito, a humidade foi elevada, nunca houve largos períodos sem chuva, aspectos que, por si só, ajudaram, e muito, nos números finais. Aliás, o reduzido número de incêndios foi decisivo para aumentar a eficácia do combate e coordenação, pois foi evitada a dispersão de meios.
Quando o clima não ajuda, veja-se o caso da Galiza em 2006, sistemas considerados de elevada eficácia, desmoronaram-se com a quantidade e dispersão das ocorrências.
Quando os meios foram desmobilizados, no final da época oficial de incêndios, começaram as queimadas, o tempo manteve-se seco e eis que em Novembro temos o maior número de incêndios do ano num só dia, numa cadência preocupante e sem estrutura para lhe fazer face.
É pena!
Os balanços são importantes. Mas mais importante do que os balanços é a previsão dos problemas que podem surgir quando a variante climatérica não ajuda. Quem previa um Outono seco deveria mobilizar meios para fazer face a um mais que provável aumento dos focos de incêndio.
A propósito, será que vai ser feito algum balanço do período que sucedeu à época oficial de incêndios?
A propósito, será que vai ser feito algum balanço do período que sucedeu à época oficial de incêndios?