Reflexão de fim-de-semana
Numa abordagem rápida à realidade local, não detectamos praticamente nenhuma área que não esteja coberta ou representada por uma associação, sempre emergente da sociedade civil.
Nem mesmo a defesa dos direitos dos animais, muito bem representada no concelho de Ponte de Lima pela ALAAR, Associação Limiana dos Amigos dos Animais de Rua, um tipo de associação pouco vulgar no nosso distrito.
Não podemos esquecer o passado na hora de emitir juízos no presente!
No concelho de Ponte de Lima, a dinâmica associativa é grande e garante o suporte da sociedade local em múltiplos campos: agrícola, desportivo, social, cultural, recreativo, etnográfico, entre outros. Por isso se diz, com toda a propriedade, que uma terra é rica se o seu movimento associativo for rico, dinâmico e empreendedor.Numa abordagem rápida à realidade local, não detectamos praticamente nenhuma área que não esteja coberta ou representada por uma associação, sempre emergente da sociedade civil.
Nem mesmo a defesa dos direitos dos animais, muito bem representada no concelho de Ponte de Lima pela ALAAR, Associação Limiana dos Amigos dos Animais de Rua, um tipo de associação pouco vulgar no nosso distrito.
Durante anos a fio, a ALAAR foi o único refúgio de entidades públicas e particulares relativamente à problemática dos animais abandonados. Invariavelmente, a ALAAR era chamada para resolver situações de abandono, maus tratos de animais, animais doentes, etc., etc.
Fruto da sua actividade e das necessidades que foram surgindo, teve que construir um espaço provisório para albergar os animais que ia recolhendo na rua, implementando simultaneamente um sistema de adopções.
Com a construção do canil intermunicipal da Valimar, chegou-se a pensar que a ALAAR poderia ser chamada a colaborar com aquela estrutura, associando a sua actividade a uma infraestrutura moderna e capaz de dar resposta às necessidades dos municípios associados. Infelizmente, tal não veio a acontecer e cada um seguiu o seu caminho, devido a divergências de fundo quanto à filosofia de cada estrutura.
A ALAAR procurou então um novo espaço, mais digno e afastado de zonas habitacionais, para poder prosseguir a sua actividade. Encontrou esse espaço em Cepões, num terreno disponibilizado para o efeito, por um particular.
A polémica estalou recentemente, porque habitantes da zona se insurgiram contra a instalação da estrutura, secundados por uma parte da Vereação municipal.
A nossa opinião é clara: não se pode branquear o passado na hora de emitir juízos de valor. A ALAAR teve, e tem, um papel importante a desenvolver, foi e continua a ser necessária e a fazer sentido e é dever dos responsáveis municipais reconhecerem esse facto e ajudarem à criação de condições para que a sua actividade seja viável.
Temos canil mas não podemos prescindir da ALAAR. A lei é muito importante e deve ser cumprida, embora a sua aplicação deva estar sujeita ao princípio do bom-senso, sagrado em política.
A histeria que se levantou à volta desta questão, com argumentos contrários à instalação do canil em Cepões, pouco fiáveis e sustentáveis, deveria ser repensada e ajustada à verdadeira dimensão do problema e à justiça que a comunidade limiana deve fazer à acção da ALAAR e dos seus dirigentes.