domingo, outubro 31, 2004

Formas de estar? E ninguém denuncia?

O nosso P.C. elogiou João Jardim quando desafiou os deputados eleitos pelo circulo eleitoral de Viana a não votarem favoravelmente o Orçamento de Estado, tendo em conta o PIDDAC afecto ao distrito. Ficamos pois a saber que Alberto João Jardim tem um seguidor em Ponte de Lima. Já tinha desconfiado. Como desconfiei quando o P.C. desatou aos berros e lançou ameaças perante o espectro do lançamento de portagens no IC1 e IP9. Não é que a discriminação positiva deve funcionar em relação à região, mas no campo interno nada: pagamos os parques de estacionamento municipais, pagamos principescamente as taxas e licenças municipais, não temos água nem saneamento. Onde está a solidariedade para com as freguesias menos favorecidas?

O que acima foi referido apenas tem a ver com os "rabos de palha" do P.C. e a falta de legitimidade para expor publicamente tão radicais questões.

O PIDDAC 2005 para o distrito é vergonhoso e as portagens são uma machadada nas nossas melhores expectativas e esperanças no futuro.

quarta-feira, outubro 20, 2004

E o abastecimento de água? E o saneamento?

Parece que quem cala consente. O silêncio que se abateu sobre Ponte de Lima depois de conhecidos os resultados das análises e estudos sobre os casos de duas mortes na Seara é sepulcral. Parece que não interessa falar, que o silêncio é de ouro. Para quem?
A minha consciência ficaria pesada se nada dissesse sobre o assunto. É que as autoridades sanitárias colocaram o dedo na ferida. Das análises efectuadas à água dos poços do concelho durante um ano, cerca de 40% dão-na como imprópria para consumo. Estes resultados são aterradores sendo saúde pública que está em causa, quando é sabido que são muitos milhares os limianos que ainda consomem todos os dias água que não provém da rede pública de abastecimento de água. E muitos desses poços estão inquinados porque existem fossas nas suas redondezas. Esta é a verdade nua e crua.
Aqui está a razão pela qual a reacção municipal à primeira análise - causa das mortes associada à febre da carraça - foi eufórica e arrogante procurando atingir tudo e todos, deixando de fora, obviamente, o município. Mas à segunda análise - leptospirose como co-autora do surto - já não houve reacções. É que a leptospirose pode ser transmitida pela água. E é aqui que reside o busilis da questão, o cerne de todo este enredo. Provavelmente, se o abastecimento de água às freguesias do concelho de Ponte de Lima fosse hoje uma realidade generalizada - como devia ser num País civilizado em pleno séc. XXI; Se o saneamento básico não fosse um luxo mas um bem acessível a todos aqueles que vivem em zonas urbanas e aglomerados populacionais - como devia ser num País civilizado em pleno séc. XXI; provavelmente hoje ninguém se esconderia no silêncio após duas mortes porque as probabilidades da leptospirose ter atacado seriam infinitamente mais reduzidas.
Mas, infelizmente, o silêncio impera, tanto do lado dos responsáveis pela política do granito e dos jardins e outros investimentos afins, como do lado dos que deveriam, numa atitude cívica e responsável vigiar e fiscalizar a sua actuação, mas que optam pelo seguidismo e apoio envergonhado.
E o ordenamento, senhores?

O Vereador da C. M. de Ponte de Lima João Mota tem "berrado" insistentemente contra a estratégia de ordenamento urnbanístico da vila de Ponte de Lima. É que este é feito aleatóriamente, caso a caso, loteamento a loteamento, sem uma estratégia global para a zona urbana da sede do concelho. E os resultados estão, efectivamente à vista.
As palavras são do Eng. João Mota: "...chamar a atenção para a falta de sentido estratégico no planeamento e ordenamento urbano que continua a nortear o desenvolvimento da nossa urbe".

terça-feira, outubro 12, 2004

Uma frase para meditar

"(...) impedir as autarquias de acederem a fundos, para fazerem rotundas e fontes monumentais, se antes não tiverem saneamento básico".

Pacheco Pereira in revista "Sábado" de 2004-10-08

domingo, outubro 10, 2004

Sobre as SUCT's...

1. As vias de comunicação são elementos essenciais para o desenvolvimento de um País e de uma Região. Foi com base nesse premissa que avançou a construção do IC1, agora A29 e do IP9, agora A27;
2. O IP9 era um desejo antigo que só foi possível concretizar através do sistema SCUT, ainda no tempo do Governo Socialista (a promessa, não a obra); Para tornar possível "embrulhar" o IP9 foi necessário juntar-lhe o IC1 - única forma de tornar o negócio rentável. O IC1, se continuasse como estava, nunca viria a ter portagens. Foi o negócio, senhores...
3. O IP9, por muitas voltas que lhe sejam dadas, nunca virá a ter alternativa à altura. O mesmo se passa com o IC1. As Estrada nacionais já estão transformadas em ruas há muito tempo...
4. A sensatez e o bom-senso levam-nos a compreender que as SCUT's são inviáveis para os cofres do Estado. Quem as criou sabia-o, e sabia também que o ónus iria ficar para os que "viessem a seguir", a quem caberia também o peso e a responsabilidade de encontrar uma solução.
5. Mas o tempo que levamos na cauda do desenvolvimento e a necessidade que temos de lá sair, leva-nos a exigir discriminação positiva e a não aceitar portagens na A27 e A29 até que alternativas de qualidade sejam construídas ou até que os índices de desenvolvimento da região atinjam os de outras regiões do nosso Portugal.
6. O que é necessário é agir. Vamos ter estradas, não queremos portagens, mas queremos soluções. Assim , evitem-se discussões estéreis e sem resultado prático porque não acredito que qualquer Governo aceite o sistema SCUT a não ser, como no passado, como mero exercício de propaganda, demagogia e má utilização dos dinheiros do Estado.